A Associação Portuguesa de Museologia (APOM) defendeu esta quintaq-feira que o novo ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, “deve criar uma visão mais abrangente para os museus do país, que inclua não só os públicos, mas também os privados”.

Contactado pela agência Lusa, o presidente da APOM, João Neto, disse que a entidade está “pronta para trabalhar e cooperar [com a nova tutela] em prol dos museus, monumentos e palácios públicos e privados”.

“Nestas alturas, aparece sempre, infelizmente, uma pessoa com uma visão muito virada para o património do Estado, e nós desejamos que a estratégia seja mais abrangente e que inclua todas as entidades e agentes culturais, sejam eles do setor público ou do privado”, defendeu o responsável da entidade fundada em 1965, para incentivar a preservação e divulgação do património dos museus.

João Neto lembrou que existem “várias realidades no setor público e no privado, dinâmicas diversas que devem ser bem articuladas, com a devida atenção e cuidado, para que possam funcionar”.

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“O Ministério da Cultura tem de ter em atenção essas realidades, e pensar que o património cultural de Portugal não é apenas o do Estado”, reiterou o dirigente da APOM, entidade que atribui anualmente, desde 1997, prémios de boas práticas a museus, projetos, profissionais e atividades desenvolvidas no setor.

Por outro lado, João Neto advogou ainda a “existência de um Conselho Nacional de Cultura independente, que possa ajudar a criar as estratégias mais corretas no setor do património”.

Nascido em Lisboa, em 1974, Pedro Adão e Silva é um académico, especializado em políticas públicas e políticas sociais, licenciado em Sociologia e doutorado em Ciências Sociais e Políticas. Era professor universitário no ISCTE — Instituto Universitário de Lisboa, desde 2007, funções que suspendeu depois de ter sido nomeado pelo Governo, em maio de 2021, para liderar a estrutura de missão que organiza as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, até 2024.

O primeiro-ministro, António Costa, apresentou na quarta-feira, ao Presidente da República, a composição do XXIII Governo Constitucional, com 17 ministros, menos dois do que no anterior.

Este é o terceiro Governo chefiado por António Costa e o seu primeiro com maioria absoluta. Pela primeira vez, a composição de um executivo conta com mais mulheres do que homens, excluindo o primeiro-ministro.