O Santuário de Fátima vai estar esta sexta-feira à tarde ligado ao Vaticano para a cerimónia de consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria.

Na Basílica de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco procederá à consagração, durante a tradicional celebração penitencial de Quaresma, a partir das 16h00, enquanto em Fátima estará o cardeal Konrad Krajewski, esmoler pontifício, para presidir à recitação do Rosário, na Capelinha das Aparições, na qualidade de legado pontifício.

A consagração, em Fátima, está a ser antecedida, desde a noite de quinta-feira, por uma vigília de jovens, entre elementos de congregações religiosas, Missão País, grupos da pastoral juvenil diocesana das dioceses do Centro, CNE (Corpo Nacional de Escutas) e colégios católicos, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário.

Os símbolos da Jornada Mundial da Juventude, que estão a realizar uma peregrinação pela diocese da Guarda até ao início do mês de abril, foram deslocados para Fátima para este momento de oração.

Esperado em Fátima na tarde desta sexta-feira é o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que, na quinta-feira, disse que “é muito importante que os vários responsáveis portugueses, que têm estado sempre alinhados, continuem alinhados em relação à Ucrânia”.

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“Amanhã [esta sexta-feira] irei à consagração em Fátima, feita em simultâneo com a consagração pelo Papa Francisco, a meio da tarde. É, no fundo, uma consagração pela paz e um apelo à paz universal”, disse o chefe de Estado, acrescentando que “o corpo diplomático também foi todo ele convidado”.

Há ainda alguma expectativa quanto à possível presença na Cova da Iria de um grande número de ucranianos, bem como de membros da comunidade russa em Portugal, para assistirem à cerimónia que se realizará na Capelinha das Aparições.

Na oração da consagração da Rússia e da Ucrânia, antecipada na quarta-feira pelo Vaticano, o papa Francisco considera que os homens esqueceram “a lição das tragédias do século passado, o sacrifício de milhões de mortos nas guerras mundiais”.

“Descuidamos os compromissos assumidos como Comunidade das Nações e estamos a atraiçoar os sonhos de paz dos povos e as esperanças dos jovens. Adoecemos de ganância, fechamo-nos em interesses nacionalistas, deixamo-nos ressequir pela indiferença e paralisar pelo egoísmo”, adianta Francisco no texto da oração.

“Apagai o ódio, acalmai a vingança, ensinai-nos o perdão; Libertai-nos da guerra, preservai o mundo da ameaça nuclear; (…) mostrai aos povos o caminho da fraternidade”, são alguns dos apelos que serão deixados naquela oração, na qual o papa Francisco se dirige à Virgem: “Enquanto o rumor das armas não se cala, que a vossa oração nos predisponha para a paz; As vossas mãos maternas acariciem quantos sofrem e fogem sob o peso das bombas”.