O secretário-geral do PS, António Costa, recebe na segunda-feira o novo líder do PASOK, Nikos Androulakis, força política da Internacional Socialista (IS) que tem relações históricas com o PS desde o período de liderança de Mário Soares.

Este encontro entre os líderes dos socialistas de Portugal e da Grécia terá lugar às 09h30, na sede nacional do PS, em Lisboa.

“A comitiva grega estará em Portugal para se inteirar das boas práticas seguidas pelo PS no Governo, nomeadamente no que diz respeito à nova geração de políticas de habitação, relançamento da economia, internacionalização e aplicação do Plano de Recuperação e Resiliência”, refere-se num comunicado divulgado pelo PS, esta sexta-feira .

Pela parte do PS, participam na reunião a secretária nacional para as Relações Internacionais, Jamila Madeira, o vice-presidente do PSE (Partido Socialista Europeu) Francisco André e o eurodeputado e secretário nacional Pedro Marques.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em reuniões bilaterais com os socialistas gregos, de acordo com o mesmo comunicado, participam ministros cessantes como Pedro Siza Vieira e Nelson de Souza, e os dirigentes Pedro Nuno Santos e Eurico Brilhante Dias, este último candidato a líder parlamentar do PS.

O PASOK foi um dos dois maiores partidos da Grécia a partir de meados dos anos 70 até ao final de 2011, altura em que registou uma quebra acentuada do ponto de vista eleitoral.

Uma quebra atribuída ao embate económico e social provocado pela execução do programa da “Troika” na Grécia e que, do ponto de vista político, motivou a demissão do executivo socialista (de maioria absoluta) liderado por Geórgios Papandréu em dezembro de 2011.

Na esquerda grega, em termos de dimensão eleitoral, o PASOK foi então largamente ultrapassado pelo SYRIZA, de Aléxis Tsipras, e tem neste momento apenas 20 dos 300 deputados do parlamento grego.

Desde 2016 que António Costa tem estreitas relações pessoais e políticas com o ex-primeiro-ministro grego Aléxis Tsipras. Os dois têm participado em vários encontros da esquerda progressista europeia, embora o SYRIZA não faça parte do PSE.

O líder do SYRIZA, por sua vez, também se tem afastado politicamente do Bloco de Esquerda, com quem começou por ter relações privilegiadas até exercer as funções de primeiro-ministro na Grécia e dar continuidade ao cumprimento do programa da “Troika”.

Na campanha eleitoral para as últimas legislativas, em janeiro passado, Aléxis Tsipras tornou pública uma mensagem de apoio ao secretário-geral do PS.

Nessa mensagem, o ex-primeiro-ministro grego considerava que Portugal se tinha tornado “num exemplo muito importante de como se pode sair de uma crise económica e enfrentar a pandemia, promovendo o crescimento sustentável, protegendo os direitos dos trabalhadores, aumentando os salários e defendendo o Estado social”.