A indústria farmacêutica alerta que os medicamentos mais baratos podem desaparecer das farmácias devido ao aumento dos custos de produção e à impossibilidade de aumentar os preços. Segundo o Jornal de Notícias, as empresas farmacêuticas estão a pedir revisões excecionais e preparam-se para apresentar propostas ao Governo. O problema não é novo, mas é agravado pela guerra na Ucrânia.

Ao jornal, António Chaves Costa, vogal tesoureiro da Apifarma, refere que os aumentos na energia e nos transportes, mas também as dificuldades no abastecimento e ao nível da mão de obra — considerando que existe um custo final tabelado — podem afetar as margens de comercialização dos medicamentos.

Os medicamentos que correm o risco mais significativo de desaparecerem, diz, são os mais baratos, com pouco volume de vendas e nos quais existe dificuldade em garantir matéria-prima. Tal pode prejudicar os doentes, mas também o Estado tendo em conta as comparticipações.

O aumento nos custos de produção não pode ser sentido nos medicamentos com comparticipação ou receita médica. Assim, a solução passa pelo mecanismo de revisão excecional de preços, previsto na lei, um “processo burocrático e moroso”, diz António Chaves Costa. A Apifarma quer a agilização destes processos e a fixação de preços à tutela do Ministério da Economia.

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