Há duas semanas foram os construtores alemães a sofrer por causa da guerra. A juntar à falta de chips de que enferma a indústria automóvel mundial há quase dois anos, a invasão da Ucrânia pelos russos obrigou as marcas germânicas a diminuir drasticamente a produção de alguns modelos devido à falta de cablagens, que até ali eram asseguradas por fornecedores ucranianos. Agora, segundo a imprensa alemã, é a vez de a Renault ter de lidar com falhas similares no abastecimento.

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Ao fim de um mês de guerra, começam a ser cada vez mais evidentes os problemas na cadeia de fornecimento das fábricas europeias de automóveis, que certamente não pouparão outras indústrias. Na Alemanha, a Renault informou que iria suspender todas as encomendas referentes a veículos híbridos plug-in (PHEV), aqueles que associam um motor de combustão a um eléctrico, para reduzir consumos e emissões, e cuja bateria permite circular em modo exclusivamente eléctrico durante um mínimo de 50 km. É o caso dos Captur e dos Mégane E-Tech PHEV.

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Nessa mesma comunicação, a Renault alemã, que representa a marca francesa neste que é o maior mercado europeu, estendeu a suspensão das encomendas aos modelos exclusivamente eléctricos a bateria (BEV), como o Zoe ou o novo Mégane E-Tech Electric. A situação é ainda mais grave em relação a este último, uma vez que é a mais recente aposta dos franceses na tecnologia eléctrica, sendo que a marca precisa de comercializar em quantidade para recuperar os enormes investimentos que teve de realizar.

A suspensão das encomendas para veículos BEV e PHEV começou a 25 de Março, não se sabendo quando irá terminar, de acordo com o director de marketing, Ralf Benecke. Desconhece-se também se e como a medida afectará os restantes mercados, nomeadamente o português.