A Comissão Política Nacional (CPN) da Fretilin deliberou “unir todas as forças, militantes e quadros” do partido em torno ao apoio a Francisco Guterres Lú-Olo na sua candidatura na segunda volta das presidenciais que se disputa a 19 de março.

A deliberação, aprovada numa reunião da CPN do partido no sábado, e a que a Lusa teve acesso esta segunda-feira, pretende unir “lideranças leais aos princípios e valores da Fretilin em torno da candidatura do Presidente Lú-Olo para enfrentar o desafio enorme da segunda volta das Presidenciais em curso”.

Determina ainda o reforço da plataforma de entendimento, existente desde 2020, entre a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), o Partido Libertação Popular (PLP) e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) e que tem permitido viabilizar o atual executivo.

O objetivo, de acordo com a deliberação, é “reunir capacidades múltiplas de intervenção, a todos os níveis”, procurando ainda “ampliar a base de apoio em torno da candidatura de Lú-Olo, com caráter transversal e participativo”.

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Em particular, refere, a inclusão de “todas as camadas políticas e sociais da sociedade, nomeadamente partidos políticos, brigadas, ativistas, profissionais, organizações sociais e não-governamentais, organizações de mulheres e da juventude, geração patriota, organizações filiadas” do partido.

Neste sentido, e a pensar na campanha, a CPN quer ainda “adotar um novo formato de trabalho que privilegia ações diretas junto do povo e das comunidades”.

Num segundo texto, a CPN aprovou uma deliberação para orientar militantes e quadros sobre a “não utilização de linguagem e atos discriminatórios contra grupos marginalizados pela sociedade”.

O texto, apresentado pelo secretário-geral do partido, Mari Alkatiri, nota a “rica diversidade populacional da sociedade timorense, que se encontra espelhada” no partido e nas suas estruturas e refere que “cada cidadão, individual e coletivamente, tem o direito a viver livre de opressão e discriminação”.

Recorda ainda os “princípios defendidos pela Fretilin, pela igualdade, equidade, inclusão e respeito de todos os cidadãos e membros da sociedade timorense” e considera que “é necessário garantir igualdade e inclusão a todos níveis para que uma sociedade pluralista se possa compreender como uma sociedade democrática”.

A deliberação repudia “qualquer tipo de ação que seja ofensiva e discriminatória com base em raça, etnia, religião, género ou estatuto social” e orienta os militantes e quadros “para que não se use nem se deixe usar linguagem e/ou ações que sejam ofensivas e/ou discriminatórias a qualquer cidadão ou grupo, especialmente aos que têm sido discriminados e marginalizados pela sociedade”.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) timorense concluiu esta segunda-feira o processo de verificação dos resultados eleitorais, confirmando a vitória de José Ramos-Horta com 46,56%, à frente de Francisco Guterres Lú-Olo com 22,13% dos votos.

Os dois candidatos disputam a segunda volta no dia 19 de abril, com a campanha a começar no próximo dia 2 de abril.