A organização não-governamental Europa Nostra, dedicada a proteger o património cultural, declarou a totalidade do património da Ucrânia como o mais ameaçado da Europa, anunciou aquela entidade, que revelou esta terça-feira os sete locais mais em risco do continente.

No anúncio dos sete espaços mais ameaçados, que decorreu online, a Europa Nostra reiterou a sua solidariedade com a Ucrânia e lembrou a campanha de angariação de fundos, com o Fundo Global do Património, que pretende apoiar o país, tendo o presidente executivo da organização, Hermann Parzinger, afirmado que a cerimónia desta terça-feira “ocorre num contexto alarmante e profundamente perturbador”.

Num momento que seria “inimaginável” há pouco tempo, Parzinger realçou que a Europa Nostra está em contacto com organizações como a UNESCO, o ICOMOS, a Blue Shield ou outras instituições da sociedade civil que estejam a atuar na Ucrânia.

“A Europa Nostra vai distribuir os fundos angariados a organizações e indivíduos na Ucrânia, diretamente ou através dos nossos membros e parceiros na Polónia, Roménia ou noutro local da Europa. Estas verbas vão fornecer assistência de emergência a responsáveis pelo património que estejam a tentar salvar tesouros culturais ameaçados na Ucrânia, bem como ajudar profissionais do património”, pode ler-se no comunicado da organização sobre a angariação de fundos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Apesar de sublinhar que o património de toda a Ucrânia é o mais ameaçado do continente, a Europa Nostra anunciou a sua lista deste ano dos sete locais em risco: a ponte Zogu, na Albânia, o Convento Récollets, na Bélgica, a cidade-jardim La Butte Rouge, perto de Paris, em França, o centro histórico de Stolberg, na Alemanha, os Banhos Neptuno, na Roménia, o Palácio de Orléans-Borbón, em Espanha, e a Fortaleza Crèvecoeur, nos Países Baixos.

Gerido pela Europa Nostra com o Banco Europeu de Investimento, com o apoio da Europa Criativa, o programa dos Sete Locais Mais Ameaçados da Europa vai na sétima edição e já elencou 51 monumentos ou sítios de 28 países.

Equipas de peritos da Europa Nostra e do Banco Europeu de Investimento vão agora reunir-se com responsáveis pelos locais escolhidos e providenciar “aconselhamento, identificar possíveis fontes de financiamento e ajudar a mobilizar apoio generalizado para salvar estes marcos patrimoniais”. A nomeação inclui também uma bolsa de 10 mil euros por cada local.