O BE questionou o novo ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, sobre as várias queixas recebidas de atrasos no pagamento da segunda tranche do programa Garantir Cultura, pretendendo saber como é que o Governo resolverá esta situação.

Numa pergunta a que a agência Lusa teve acesso – datada precisamente de quarta-feira, dia da tomada de posse do Governo socialista – a deputada do BE Joana Mortágua pretende que o novo ministro preste um conjunto de esclarecimentos sobre os atrasos nos pagamentos do programa, criado para mitigar os impactos da pandemia no setor cultural.

Artistas queixam-se de atrasos nos pagamentos do programa Garantir Cultura

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“O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda tem recebido várias queixas por atrasos no pagamento da segunda tranche dos protocolos do Programa Garantir Cultura”, denuncia.

Assim, os bloquistas querem saber se o Ministério da Cultura tem conhecimento desta situação e que diligências ira tomar “para que todas as entidades financiadas pelo Garantir Cultura recebam dentro da maior brevidade a última tranche do apoio”.

“A primeira tranche dos apoios, correspondente a 50%, foi entregue às entidades na sequência da assinatura dos protocolos, estando previsto o pagamento dos restantes 50% até 30 dias úteis após a entrega do relatório de execução do projeto, sendo que no caso dos apoios ao setor empresarial a segunda parte é recebida faseadamente (35% mais 15%)”, explica.

Segundo o BE, “os atrasos da segunda tranche têm vindo a acumular-se”, sendo as queixas recebidas mais frequentes relativas ao subprograma destinado a entidades não comerciais, que é gerido pelo Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais (GEPAC).

Na pergunta é referido que a Provedoria de Justiça recebeu dezenas de queixas devido a estes atrasos, segundo notícias do final de janeiro, tendo então o GEPAC referido que se tratava de atrasos pontuais e de curta duração.

Assim, o BE quer que o Governo esclareça se GEPAC “foi dotado com os meios adequados” para gerir o programa e quantas são as entidades que ainda aguardam o pagamento da última tranche.

“Quantas empresas do setor cultural e artístico aguardam ainda o pagamento da última tranche por parte do COMPETE 2020 – Programa Temático Competitividade e Internacionalização”, pergunta ainda.

Apesar de alguns dos casos terem sido resolvidos, prossegue o BE, “no final do mês de março ainda há entidades à espera da segunda tranche, apesar de terem entregado os documentos há dois ou três meses”.

“Estes atrasos desrespeitam o que está previsto nos protocolos de apoio financeiro e colocam em dificuldades as entidades promotoras, que assumiram despesas a contar com um prazo de reembolso agora largamente ultrapassado”, avisa.