“O Domingo das Mães”

A francesa Eva Husson foi a Inglaterra para filmar esta adaptação do livro de Graham Swift, que à primeira vista parece ser sobre um romance clandestino e condenado passado nos anos 20, entre a jovem criada de uma abastada família rural (Odessa Young) e o filho da família vizinha (Josh O’Connor), que está a poucos dias de se casar, tendo como pano de fundo dramático a dor que os jovens que morreram nas trincheiras da I Guerra Mundial deixaram nos seus familiares. Mas “O Domingo das Mães” passa-se em três tempos diferentes e tem no centro a história sentimental e existencial da jovem criada, Jane Fairchild, que se torna numa famosa escritora (interpretada pela grande Glenda Jackson), após passar por várias tragédias amorosas na vida. Impressionista e lânguido, sensual e elípico, emocionalmente reservado e meticulosamente filmado, “O Domingo das Mães” torna-se por vezes tão vaporoso que ameaça desfazer-se sob os nossos olhos, e teria beneficiado com mais consistência narrativa e menos jiga-joga temporal.

“Cordeiro”

Maria (Noomi Rapace) e Ingvar (Hilmir Snaer Guonason) vivem numa quinta isolada onde lavram os campos e criam carneiros. Um dia, e depois de numa noite de mau tempo uma estranha presença ter rondado a propriedade, uma das fêmeas dá à luz uma criatura híbrida de humano e de carneiro. Mas em vez de a matar ou de a levar à cidade para ser examinada por cientistas, o casal encara-a com normalidade, fica com ela e começa a criá-la como se fosse um bebé normal, um filho seu, e até lhe dá um nome, Ada. Vindo da Islândia,“Cordeiro” é o filme de estreia de Valdimar Jhansson, que assina o argumento a meias com Sjón, escritor, poeta, letrista de Björk e colaborador ocasional dos extintos Sugarcubes. E é o mais recente representante daquele subgénero do´cinema fantástico que adapta contos populares, tradicionais e de fadas, ou faz variações sobre os mesmos. “Cordeiro” foi escolhido como filme da semana pelo Observador e pode ler a crítica aqui.

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