A ministra da Educação de Angola, país que tem a presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse esta quinta-feira, em Lisboa, que a UNESCO vai ser uma das parceiras da organização no desenvolvimento da educação.

“A presidência de Angola pretende trazer para o centro da CPLP a participação e a contribuição da UNESCO . Todos sabemos o valor que a UNESCO tem, assim como outros órgãos das Nações Unidas”, afirmou Luísa Maria Alves Grilo, numa conferência de imprensa antes do final da II Reunião Extraordinária dos ministros da Educação da CPLP, que se realiza quinta-feira, presencialmente, na sede da organização, em Lisboa, e por videoconferência.

Por isso, a UNESCO “está a trabalhar” com a CPLP e a sua diretora-geral adjunta para a Educação sugeriu, na sua intervenção na reunião ministerial, a necessidade de trabalharem “juntos e da cooperação multilateral no domínio da educação, sobretudo com foco no curriculum e na organização para a mobilidade de estudantes e para a capacitação dos professores” nas nossas realidades, frisou a ministra.

“Sobretudo falou da importância da aproximação, dos desafios que temos e da partilha de experiências que cada um dos nossos tem vindo a experimentar e, quem sabe, melhorar cada vez mais os sistemas de educação”, acrescentou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A sessão de abertura da reunião ministerial contou com as intervenções da ministra da Educação de Angola, enquanto representante da presidência em exercício da organização, do secretário-executivo da CPLP, Zacarias da Costa, e da diretora-geral adjunta da Educação da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Stefania Giannini.

A ministra admitiu ainda que o envolvimento da UNESCO “implica sempre a possibilidade” de financiamentos para os planos de educação que os nove Estados-membros deverão aprovar quinta-feira.

“Ao juntarmos sinergias estamos a propor um compromisso aos nossos estados-membros para a concretização destas ações, que implicam sempre recursos humanos especializados, mas também recursos financeiros importantes”, disse Luísa Grilo.

Mas “a mobilização de recursos humanos envolve todos os parceiros que se quiserem juntar” e “que puderem estar disponíveis para o fazer”, salientou.

Para a ministra angolana, o facto de a UNESCO se ter disponibilizado para “trabalhar e ir buscar parceiros” e se ter manifestado disponível para “disponibilizar especialistas para participarem no domínio dos currículos, já é uma contribuição financeira importante”.

Por isso, da reunião desta quinta-feira, a ministra considerou que o aspeto mais importante foi “a junção de sinergias”, de entre “as internas, primeiro, dos estados-membros”, mas também as outras, com a UNESCO, por exemplo.

Além disso, sublinhou “uma vontade que existe, quer do ponto de vista das autoridades políticas, como dos ministros da Educação”, de tornar “a comunidade visível”, não apenas nos “nove países, mas também ao nível internacional”.

“Exatamente por isso é que queremos que a CPLP se torne um elemento importante nas Nações Unidas e particularmente na UNESCO”, afirmou.

“[Ao] trazer a UNESCO para a CPLP, a nossa intenção é exatamente fortalecer a nossa posição junto desta entidade, que trata das questões da ciência e da educação”, salientou Luísa Maria Alves Grilo, que acrescentou: “Para nos ir ajudando a melhorar, cada vez mais os nossos currículos e os desafios de estruturação das nossas escolas”.

Outro dos temas que também estava em debate era o “da recuperação das aprendizagens perdidas”, por causa da pandemia de Covid-19, referiu.

“O que estamos a tentar propor aqui é que exista dentro da comunidade um plano de contingência para a educação em contextos de emergência […], para precavermos situações futuras”, concluiu a ministra da Educação de Angola.

Os nove Estados-membros da CPLP são Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.