Antes de viajar para Lisboa, o Liverpool recebia o Watford com o objetivo de continuar a pressionar o líder Manchester City. A equipa de Kloop procurava começar a maratona de oito jogos em abril com mais três pontos garantidos. Isto porque, depois, o calendário aperta: há um intercalar de jogos com o City e Benfica – com a equipa portuguesa jogam nas próximas duas semanas os quartos de final da Liga dos Campeões, já com o citizens há duas visitas marcadas ao Etihad, uma para continuar a luta pela liderança da Premier League (dia 10), outra para a meia-final da Taça de Inglaterra (dia 16) –  e abril não termina sem os reds receberem ainda o Manchester United, o Everton e acabarem o mês na casa do Newcastle.

Oito jogos em 30 dias, algo que o treinador Kloop, ao seu estilo, ironizava: “Não é a primeira vez que temos oito jogos num mês. Não sei bem se poderíamos ainda arranjar espaço para o nono, mas alguém há-de experimentar”. A fórmula para tentar o sucesso é só uma: ter o plantel na máxima força. E aí, havia boas novidades depois da paragem das seleções, o defesa Alexander-Arnold recuperou da lesão mais cedo do que o previsto, este sábado foi chamado ao banco de suplentes e pode ser opção para o jogo com o Benfica, na próxima terça-feira.

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Numa jornada em que Liverpool e Manchester City, separados por um ponto na classificação, encontravam equipas da zona de despromoção, Jurgen Klopp não quis deixar espaço para facilitismos: “Se virmos as coisas dessa forma, então eles [Manchester City] não teriam 70 pontos e nós 69, porque estes jogos seriam ridículos. São jogos difíceis, se não encontrares o ritmo, se não encontrares os momentos certos. Pode ser muito difícil. Mas a parte boa da minha equipa é que nunca querem saber quem é o opositor ou como está a classificação. Eles ouvem o que eu lhes digo, e aí sou honesto, não faço as equipas mais fortes nem mais fracas do que elas são. Eu digo-lhes o que as equipas sabem fazer e isso é a informação mais importante.”

Com a lição estudada, o Liverpool entrou em campo com quatro novidades em relação à vitória por 0-2 frente ao Arsenal na última jornada. Mo Salah e Firmino foram as escolhas para a frente de ataque, com Sadio Mané e Luis Díaz a voltarem ao banco de suplentes. Mexidas também no meio-campo, Jones tomou o lugar de Firmino. Já na defesa, o possível regresso de Alexander-Arnold foi adiado, Joe Gomes assumiu o lado direito. O Watford fez apenas uma alteração: Sarr ocupou o lugar de Dennis no onze titular. A equipa de Roy Hodgson procurava, em Anfield, assegurar pontos para descolar da zona de despromoção.

Três jogos, cinco golos: Diogo Jota foi ao salão de festas do Emirates colocar o Liverpool a fazer a dança do título

O jogo começou tranquilo, sem grandes oportunidades, dois remates apenas para cada lado, mas sem grande perigo para as equipas. A primeira grande jogada que fez agitar as bancadas foi mesmo da equipa visitante. Num contra-ataque bem definido, foi a defesa eficaz de Alisson que evitou a desvantagem, depois de um remate Kucka (22’). Foi a desculpa que o Liverpool precisava para entrar no jogo, logo na resposta surge o primeiro golo e com o nome que já habituou os adeptos: Diogo Jota faz o 1-0 (24’). Numa boa jogada coletiva, o português marcou de cabeça depois de um cruzamento certeiro de Gomez, Jota não desperdiçou e faz o décimo quarto golo pelos reds. Depois, à medida que o tempo passava a caminho do intervalo, o Liverpool também foi assumindo mais o jogo, com Diogo Jota a voltar a ser o protagonista da equipa da casa. Antes do intervalo, o avançado português tentou aumentar a vantagem (38’), impedida apenas por uma boa defesa de Foster.

Uma primeira parte a duas velocidades com o golo de Jota a marcar o ponto de viragem. O Watford depois de ficar em desvantagem não conseguiu voltar a agitar o jogo, o Liverpool fez a gestão necessária para regressar aos balneários, em vantagem, e sem percalços.

A partida recomeçou com sentido único, primeiro Robertson (46’), depois Jota (52’), Van Dijk (56’) e novamente Jota (59′) a atirar por cima. Uma série de tentativas dos reds que foi só interrompida por uma grande oportunidade desperdiçada pelo brasileiro João Pedro depois de uma assistência de Sarr, a vez que o Watford esteve mais perto de empatar (57’). As várias tentativas do Liverpool de alargar a vantagem foram sendo frustradas, o Watford, sem nunca conseguir voltar a ameaçar a baliza de Becker, foi impedindo sempre o golo. Mas já mesmo perto do final, o árbitro Stuart Attweel confirma no VAR uma falta de Kucka sobre Diogo Jota e marcava grande penalidade para o Liverpool, convertida por Fabinho (89’). Jogo fechado em Anfield.  Klopp fazia 250 jogos aos comandos do Liverpool, com mais uma vitória, a décima seguida.

O Liverpool saiu de Anfiled, rumo a Lisboa, com o objetivo cumprido. A equipa de Klopp fez o suficiente para garantir os três pontos, pressionou o rival Manchester City e ficava no topo da tabela – pela primeira vez desde outubro – à espera do que se ia passar na ida dos citizens a casa do Burnley.