“Acho que temos de estar felizes. Há outras equipas que não têm nada. Do nosso lado só nos falta uma moto”, defendia Miguel Oliveira no arranque do GP da Argentina que começou atrasado. Um dos aviões que transportava o material da Indonésia — onde foi o último Grande Prémio — para a Argentina teve uma avaria e foi obrigado a parar no Quénia. Algumas das equipas só receberam todo o material este sábado de manhã e, por isso, o programa do fim de semana foi alterado.

Na sexta-feira não houve os habituais treinos livres e ficou tudo concentrado num “super sábado”: três sessões de treinos livres antes da qualificação e a quarta sessão, em que habitualmente os pilotos já simulam a corrida, foi cancelada. Também no domingo há alterações de planos, a sessão de aquecimento foi alargada de 10 para 20 minutos. Foi essa a solução encontrada pela organização para que a habitual agenda de três dias fosse concentrada em dois.

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Miguel Oliveira espera tentar repetir na Argentina resultado da Indonésia

O dia intenso, que Miguel Oliveira considerou “desafiante, especialmente para os mecânicos”,  começou com bons sinais na primeira sessão de treinos. O piloto português conseguiu o sétimo melhor tempo na primeira ronda e acabava estas primeiras voltas ao circuito de Termas de Rio Hondo com bons indicadores para o apuramento direto para a Q2. O que não se veio a confirmar. Na FP2, Miguel Oliveira não conseguiu os tempos necessários para se apurar diretamente para a segunda sessão de qualificação. O piloto da KTM terminou em décimo primeiro lugar, foi ultrapassado mesmo no final da sessão por Luca Marini, que foi 9 milésimos mais rápido que o português. Já colega de equipa na KTM, Brad Binder, apurou-se para a Q1 ao terminar em quinto lugar.

Na Q1, Miguel Oliveira tinha de fazer um dos dois melhores tempos para conseguir passar à próxima fase, com adversários como Enea Bastianini, Pol Espargaró, Francesco Bagnaia pela frente. Mas com tempos sempre abaixo dos adversários diretos, o piloto português fez apenas o sexto melhor tempo da sessão e não consegue melhor que o 16º lugar. É dessa posição que parte da grelha de partida, este domingo. Depois da vitória na Indonésia, esta é a pior qualificação da época, com um 14º lugar no Qatar e um 7º na Indonésia.

Na conferência de imprensa, Miguel Oliveira garantiu que o objetivo para este fim de semana é repetir o resultado de Mandalika numa altura em que o piloto sente a mota mais competitiva: “A mota de 2019 não estava nem perto da mota que temos agora e já fomos competitivos na altura [Oliveira conseguiu o 11º. lugar]. Não há razão para não sermos competitivos aqui”. Para o piloto português a possível vitória começava na qualificação, o que com este décimo sexto lugar da grelha partida torna as ambições mais complicadas.

A pole position é de Aleix Espargaró da Aprilia. Ele que faz história e consegue dar à equipa italiana a primeira pole de sempre no Moto GP ao rodar em 1.37,688. No segundo lugar da grelha parte Jorge Martín e em terceiro Luca Marini — um dos pilotos que a mota chegou apenas este sábado de manhã.