O Presidente da Turquia pediu esta sexta-feira ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, que se reúna com o líder da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, no âmbito das negociações que ocorreram em Istambul.

Num comunicado, o gabinete de Recep Tayyip Erdogan afirma que, em conversa telefónica, o Presidente turco disse a Putin que as negociações que tiveram lugar no início da semana em Istambul “aumentaram as esperanças de paz”.

Segundo o documento, Erdogan transmitiu ao Presidente russo que o seu país queria coroar estes esforços com um encontro entre os líderes dos dois países.

De acordo com o documento, Erdogan falou a Putin sobre a importância de “os dois lados agirem com bom senso e manterem o diálogo“.

Também esta sexta-feira, Erdogan afirmou que Zelensky estava disposto a participar numa reunião de líderes organizada pela Turquia.

Na terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Çavusoglu, anunciou o fim das negociações entre Kiev e Moscovo em Istambul, dando conta de que foram registados “progressos significativos”.

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“Trata-se dos progressos mais significativos desde o início das negociações”, declarou o ministro, no final de três horas de diálogo entre as delegações russa e ucraniana.

No final desta reunião, a Rússia, que invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro, prometeu reduzir “radicalmente” a sua atividade militar na direção de Kiev e Chernigiv, cerca de 120 quilómetros a nordeste de Kiev.

Segundo a delegação ucraniana, Kiev desistirá formalmente de tentar aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) se, em troca, receber garantias sólidas de um grupo de 10 países, entre os quais os cinco membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (em que se inclui a Rússia), de proteção contra qualquer agressão militar.

Agora, caberá aos ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois países reunirem-se para resolver as questões mais difíceis”, disse o ministro turco, acrescentando que “se prevê para breve um encontro dos líderes”.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.276 civis, incluindo 115 crianças, e feriu 1.981, entre os quais 160 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.