Tudo indica que a estratégia de se associar à categoria rainha do desporto automóvel, a Fórmula 1, por parte da Audi e da Porsche, vai ser aprovada pela administração do Grupo Volkswagen. A Reuters avançou a notícia, mencionando duas fontes internas do consórcio germânico, mas não só falta ser tomada a decisão final, como há muitas outras questões por esclarecer.

Não deixa de ser estranho que, numa fase em que o grupo apostou na mobilidade eléctrica, decida avançar para uma modalidade em que os veículos queimam em média 40 litros/100 km, embora montem motores híbridos e recorram a unidades eléctricas para reduzir os consumos. Mais ainda, esta notícia surge no ano em que o Grupo VW vende a mítica Bugatti à jovem Rimac, só para ter acesso à tecnologia eléctrica desta última e, simultaneamente livrar-se dos custos que implicaria conceber uma base hiperdesportiva para um eléctrico com pelo menos 2000 cv, que a Bugatti necessita de oferecer em breve. Ora se pretende reduzir custos, entrar na F1 pela porta grande e, para cúmulo, com duas marcas, deverá ser tudo menos barato.

As estratégias da Audi e Porsche são ligeiramente distintas, com a Audi a pretender alegadamente adquirir a equipa da McLaren por 500 milhões de euros. O team britânico reconhece que houve contactos, mas afirma que a marca não está à venda e nem está à procura de compradores. Isto apesar da situação financeira actual não ser brilhante e de usarem motores Mercedes, o que não facilitaria a entrada de um dos seus maiores concorrentes. Mas como os motores deverão mudar em 2026, é possível que esta possa ser uma negociação a prazo.

Já a solução defendida pelo grupo para a Porsche passa apenas por acordar com a Red Bull um contrato para uma parceria técnica, o que pode passar por uma solução como a que existe actualmente entre a Red Bull e a Aston Martin (em que o motor dos seus F1 é Honda e ainda desenvolvido pelo japoneses), com a publicidade nos flancos do fórmula a ser da Porsche. De recordar que a última passagem deste fabricante alemão pela F1 não foi um sucesso. Em 1991, a Porsche concebeu um motor V12 para a Arrows, mas esta unidade sempre se revelou muito pesada e pouco competitiva, tendo falhado metade das qualificações, não conquistando um único ponto. A Arrows trocaria o motor da Porsche pelo mais fiável e competitivo Cosworth DRF.

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