A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) apontou esta segunda-feira parcialidade dos meios de comunicação social e falta de igualdade nas eleições legislativas de domingo na Hungria, vencidas pelo primeiro-ministro ultranacionalista Viktor Orbán.

As eleições, em que o Fidesz, o partido de Viktor Orbán, conquistou a quarta vitória consecutiva, foram organizadas corretamente, mas não respeitaram o nível de igualdade e foram afetadas pela parcialidade da comunicação social, de acordo com a missão de observação da OSCE.

A campanha e o processo eleitoral foram marcados “pela sobreposição de mensagens governamentais e partidárias, pelo enviesamento mediático e pelo financiamento de campanha opaco”, refere a OSCE num comunicado divulgado em Budapeste.

A chefe da missão, a norueguesa Kari Henriksen, referiu que “a falta de transparência favoreceu o Governo e a falta de discussões públicas dificultou a decisão (dos cidadãos)“.

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Por seu lado, o britânico Mark Pritchard sublinhou que “o dia das eleições foi bem gerido”, mas também considerou que as campanhas publicitárias do Governo, financiadas com dinheiros públicos, “reforçaram as principais mensagens da campanha do partido no poder”, o Fidesz, o que lhe proporcionou “uma vantagem indevida”.

A OSCE irá elaborar um relatório detalhado nas próximas duas semanas para ser enviado ao Governo.

A organização esteve presente na Hungria com uma missão conjunta da Assembleia Parlamentar da OSCE e do Gabinete das Instituições Democráticas e Direitos Humanos.

O Fidesz, do líder ultranacionalista Viktor Orban, obteve mais de 53% dos votos nas eleições gerais de domingo, revelou esta segunda-feira a Comissão Nacional de Eleições quando estão contados mais de 99% dos votos, garantindo 135 lugares (mais de dois terços dos assentos parlamentares).