As Aldeias de Montanha estão com boas previsões de procura turística para a Páscoa e muitos dos alojamentos “estão completos”, disse, esta terça-feira, à agência Lusa fonte da ADIRAM — Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede de Aldeias de Montanha.

As previsões da procura turística são boas. Muitos dos alojamentos já estão completos e garantindo, em muitos dos casos, estadias mínimas de três noites, o que denota a retoma do setor”, segundo a coordenadora técnica da associação, Célia Gonçalves.

De acordo com a responsável, “verifica-se que a dependência do “fator neve” tende a atenuar-se”, uma vez que a neve é, “nos dias de hoje, mais um atrativo, não o principal”.

Célia Gonçalves adiantou que “há atividades específicas para os visitantes” das 41 localidades da rede das Aldeias de Montanha.

Desde oficinas para confeção de bolos e folares de Páscoa com habitantes da Aldeia de Montanha de Videmonte, no concelho da Guarda, passeios de bicicleta para ver as cerejeiras em flor através do nosso parceiro Just Go, mostras gastronómicas com os sabores da Páscoa no Fundão e as tradicionais celebrações religiosas da Quaresma, onde se destaca a bênção dos ramos, a ementa das Almas na Vila de Loriga, que ocorre na madrugada de sexta para sábado, no período da Quaresma; também nesta vila acontece a Via Sacra dos homens e a procissão do Enterro do Senhor, com o acompanhamento da Banda Filarmónica de Loriga”, relatou.

Acrescentou que “embora não sejam atividades específicas da Páscoa, é de realçar uma maior oferta no turismo de bem-estar, um turismo que concilia o turismo com a recuperação, quer seja “stress”, depressão ou “burnout”, de que é exemplo o Hotel anti Stress, New Life Portugal, na Aldeia de Montanha de Folgosinho, no concelho de Gouveia”.

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Questionada sobre se a procura por este tipo de oferta tem aumentado após os confinamentos, a responsável disse que “a partir do mês de fevereiro, verificou-se um aumento na procura pelo alojamento do território da Rede de Aldeias de Montanha, com a particularidade das reservas serem marcadas sem grande antecedência”.

“Felizmente, a procura tem acompanhado os inúmeros investimentos privados que têm sido feitos e que impactam de forma positiva a regeneração urbana das aldeias e acrescentam valor ao mercado turístico, com a criação de novas unidades de alojamento”, declarou.

Célia Gonçalves salientou que “há hotéis de 5 estrelas em Aldeias de Montanha, algo impensável há alguns anos”, o que demonstra que as localidades “estão são cada vez mais apetecíveis, quer para os turistas, mas também para investidores, quer do setor do turismo, mas, também, do setor imobiliário”.

“Não tenho dúvidas de que a procura pelas aldeias, e em particular pelas Aldeias de Montanha, evidenciam uma “trend” que veio para ficar. Há todo um imaginário coletivo que aqui se mantém intacto, quer seja pela própria localização de montanha ou pelas suas vivências”, afirmou a coordenadora técnica da ADIRAM.

Quanto aos aspetos que caracterizam as Aldeias de Montanha, destacou a sua localização, pois “grande parte delas estão localizadas no Parque Natural [da Serra da Estrela] ou em áreas contíguas a este” e “estão muito relacionados com a interação com as comunidades locais”.

A rede das Aldeias de Montanha integra 41 localidades de nove municípios da região da Serra da Estrela e da Beira Interior (Celorico da Beira, Covilhã, Fornos de Algodres, Fundão, Gouveia, Guarda, Manteigas, Oliveira do Hospital e Seia).