O Sp. Braga queria “reescrever a história” e apagar da memória o último encontro com o Rangers, em 2020. Nessa visita à Pedreira, os escoceses venceram por 1-0 com um golo de Kent, aproveitaram a vantagem que traziam de casa, e afastaram a então equipa de Rúben Amorim, nos 16 avos de final da Liga Europa. Agora, com motivação extra depois da vitória frente ao Benfica na última sexta-feira, e com a passagem aos “quartos” da competição em jogo, a equipa minhota entrava em campo com o objetivo de levar a discussão da eliminatória para a Escócia.

“Vamos querer vencer o jogo. Temos o desafio de ter mais uma noite à Braga. Há dois jogos. Nada ficará fechado amanhã. Temos o objetivo de ficar em vantagem na eliminatória. Estamos confiantes, apesar de todo o respeito que temos pelo Rangers. Preparamo-nos bem para um adversário muito difícil, o Rangers eliminou o Borussia Dortmund e o Estrela Vermelha. Nós temos de tentar ser melhores dentro do campo do que o nosso adversário”, assegurava Carlos Carvalhal, na antevisão a esta partida. E assim foi. 

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Do lado escocês, Giovanni van Bronckhorst afastava a ideia de que o sorteio esteve do lado dos Rangers e alertava para a qualidade do adversário: “As pessoas dizem que foi o melhor sorteio para nós, mas o Braga é uma equipa muito forte. Acabaram de derrotar o Benfica e são difíceis de vencer. Temos a esperança de estar nas meias-finais, mas temos de fazer o nosso trabalho”. O técnico neerlandês tinha a lição estudada: “São rápidos no ataque e podem castigar-nos. Não permitem grandes oportunidades aos adversários e têm uma defesa bem organizada. Temos que estar no nosso melhor para vencer”, admitia.

E o “melhor” implicava não ter o avançado Alfredo Morelos como opção para esta partida – o colombiano lesionou-se ao serviço da seleção e vai parar o resto da época. No Sp. Braga, Nuno Sequeira, Roger Fernandes e Gorby Baptiste eram também baixas anunciadas. E por isso, as duas equipas fizeram alterações. Em relação à vitória frente ao Benfica, Carlos Carvalhal tirou Paulo Oliveira para a entrada de Yan Couto, na defesa arsenalista. Na equipa de Glasgow, depois da derrota frente ao Celtic, o técnico mudou três peças: saíram Aaron Ramsey, Aribo e Kemar Roofe para a entrada de Scott Arfield, Glen Kamara e Fashion Sakala.

A primeira parte começou com o jogo muito dividido: as duas equipas tiveram dificuldade em ter bola e assumir o controlo da partida, com vários duelos intensos a meio-campo. O primeiro lance de perigo até pertenceu aos Rangers com um remate de Sakala (15’), mas a partir daí o Sp. Braga cresceu. Primeiro com um remate ao poste de Ricardo Horta e, depois, o irmão André colocou mesmo a bola no fundo das redes de McGregor (25′). O golo viria a ser anulado por falta de Fabiano Souza sobre Ryan Jack na altura do remate. Os arsenalistas entusiasmaram-se, causaram mais perigo junto à baliza do Rangers e conseguiram chegar à vantagem com um remate de Abel Ruiz (40′), que assim fez o terceiro golo nesta edição da Liga Europa. A equipa de Carlos Carvalhal saiu para o intervalo a dar sinais positivos.

A segunda parte começou como terminou a primeira, o Sp. Braga não desacelerou, procurou aumentar a vantagem e tranquilizar. Porém, com o avançar do relógio, a equipa da casa começou a acusar algum desgaste e, por isso, o campeão escocês cresceu na partida. Sem sucesso visto que a defesa dos bracarenses cortava todas as intenções escocesas. As oportunidades de maior relevo continuavam a ser do Sp. Braga com comprovam os remates de Rodrigo Gomes (67′) e André Horta (76′). Carlos Carvalhal queria segurar o resultado e refrescou o meio-campo com a entrada de André Castro e Lucas Mineiro (82′). Nos minutos finais, o Rangers aumentou a pressão, mas não conseguiu reverter o resultado.

Com esta vitória pela margem mínima, o Sp. Braga consegue travar o Rangers na primeira mão dos quartos de final e leva para Glasgow o sonho de chegar às “meias” da Liga Europa, 11 anos depois. A decisão está marcada para dia 14 de abril, na próxima quinta-feira.