A China vai reagir com “medidas fortes” se a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, visitar Taiwan, uma possibilidade avançada esta quinta-feira pela imprensa do Japão e Taiwan.

O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, alertou que uma eventual visita de Pelosi “prejudicaria a base das relações China — EUA” e “enviaria sinais errados aos separatistas” em Taiwan.

A Câmara dos Representantes dos EUA “faz parte do governo dos EUA” e, portanto, “deve aderir estritamente ao princípio de “uma China” defendido pelos EUA”, explicou Zhao.

A cadeia televisiva Fuji News Network e vários órgãos de Taiwan avançaram esta quinta-feira com a possibilidade de Pelosi visitar Taiwan.

Zhao Lijian reiterou que a China “opõe-se a qualquer tipo de contacto oficial entre os Estados Unidos e a ilha de Taiwan” e alertou que Washington “vai ser responsável pelas consequências” e “medidas de retaliação” por parte de Pequim.

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Se a viagem acontecer, será a primeira visita de um presidente da câmara baixa do parlamento norte-americano a Taiwan desde 1997, quando o republicano Newt Gingrich visitou a ilha.

Nancy Pelosi e a sua equipa não confirmaram nem negaram a visita.

O Ministério da Defesa chinês declarou, quinta-feira, a sua oposição à venda pelos Estados Unidos de equipamento militar, no valor de 95 milhões de dólares (87 milhões de euros) a Taiwan, que inclui assistência material e técnica para o sistema de mísseis de defesa Patriot da ilha.

O Ministério da Defesa de Taiwan disse estar satisfeito com o negócio, que “vai ajudar a ilha a proteger-se da contínua expansão e provocação militar de Pequim”.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China acusou, também está quinta-feira, as autoridades da ilha de “confiarem nos Estados Unidos para procurarem a independência” e o governo dos EUA de “usar a ilha para conter a China”.

Taiwan é uma das principais fontes de tensão entre a China e os Estados Unidos, sobretudo porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar no caso de uma guerra com a China.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, depois da derrota na guerra civil frente aos comunistas.

A China, que considera a ilha parte do país, ameaça com a reunificação, pela força se necessário.