O alto representante da União Europeia para a Política Externa e Segurança, Josep Borrell, insistiu, esta quinta-feira, que a Ucrânia precisa de “mais armas, menos aplausos e de mais armas” e defendeu mais sanções contra a Rússia incluindo petróleo.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky “tem muitos apoios, mas do que realmente necessita é de mais armas, menos aplausos e de mais armas. As palavras são boas, mas o importante são as questões práticas, mais recursos e mais capacidade militar para resistir à agressão russa”, disse Borrell, esta quinta-feira, antes do início da reunião interministerial da NATO, em Bruxelas.
Os representantes da União Europeia e dos Países Ásia Pacífico participam no encontro da Aliança Atlântica como entidades convidadas demonstrando, segundo Borrell, operacionalidade e coordenação face à agressão da Rússia na Ucrânia.
Nesta “ação coordenada” contra a Rússia, o representante da diplomacia do bloco europeu sublinhou ser importante incrementar as sanções contra o regime do presidente russo Vladimir Putin sendo que devem também afetar as exportações de petróleo da Rússia.
Em concreto, as sanções sobre o petróleo russo não constam do quinto pacote de restrições que deve ser analisado pela União Europeia quinta-feira.
“[O petróleo russo] não está no quinto pacote de sanções que vai ser discutido hoje [quinta-feira]. Trata-se apenas de um objetivo que vai ser discutido no Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros, na segunda-feira. Tarde ou cedo, espero que aconteçam”, defendeu Borrell.
Sobre o último pacote de sanções, que inclui a proibição sobre a compra de carvão russo, entre outras restrições, Borrell disse que a União Europeia traçou “intenções progressivas” e que agora estão a ser “aceleradas”.
“Não queríamos fazer tudo ao mesmo tempo, mas sim tomar medidas tendo em conta a situação no terreno”, acrescentou Borrell frisando que o Conselho dos Ministros dos Negócios Estrangeiros da próxima segunda-feira no Luxemburgo vai discutir possíveis sanções adicionais contra a Rússia.
O chefe da diplomacia europeia defende igualmente o “isolamento” da Rússia junto da “comunidade internacional” e em instituições internacionais.
Neste sentido destacou como “muito importante” a eventual expulsão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU cuja votação está prevista para esta quinta-feira.
“Vai ser uma votação difícil porque requer dois terços dos votos, mas penso que seria bom” que se concretizasse, disse Borrell, “numa altura em que todo o mundo conhece as atrocidades que se descobriram em Bucha e em outros locais nos arredores de Kiev”.
Josep Borrell e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, devem deslocar-se à capital da Ucrânia nos próximos dias onde se vão encontrar com o chefe de Estado ucraniano Volodimir Zelensky.