A Toyota apresentou o seu novo Aygo X, um SUV com somente 3,7 m de comprimento, o que o coloca no segmento A, o dos citadinos, que a esmagadora maioria dos construtores acusa de não ser rentável. Ao mini SUV não faltam argumentos a favor, da estética feliz e personalizável ao preço acessível e comportamento ágil, sendo que esta última característica, à semelhança da economia, se deve ao peso reduzido do conjunto. O modelo já se pode encomendar desde Dezembro e chega ao nosso país em Maio, por valores a partir de 16 mil euros, ou um renting de 99€ por mês.

O novo mini SUV Aygo X vem substituir o antigo citadino Aygo, automóvel que só foi possível porque o projecto gerou igualmente o Peugeot 108 e o Citroën C1, que partilhavam chassi, mecânicas e a fábrica que os três construtores adquiriram em Kolin, na República Checa. A parceria, que arrancou em 2005, acabaria por encostar às boxes em 2021, quando as marcas francesas desistiram do projecto, alegando que o segmento não era rentável. A Toyota ficou com a fábrica e reformulou o projecto do city car, transformando-o em city SUV, mais de acordo com a moda actual.

Pequeno, mas maior do que o anterior Aygo

Recorrendo à mesma plataforma GA-B que serve o Yaris, modelo que é 24 cm mais comprido e substancialmente mais largo, o novo Aygo X cresce consideravelmente face à geração anterior. É 23,5 cm mais comprido, 9 cm maior entre eixos e 12,5 cm mais largo do que o antigo Aygo, pelo que o mini SUV está mais próximo do Yaris, apesar de continuar a ser um veículo do segmento A, com 3,7 m de comprimento, o que o torna ideal para os que se deslocam sobretudo em cidade.

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O volume interior cresceu em espaço para as pernas de quem se senta atrás, sem que atinja o que é habitual encontrar num utilitário do segmento B, como o Yaris. Mais evidentes são os ganhos em largura, com os bancos da frente mais afastados e o assento posterior a poder agora acolher melhor dois adultos, uma vez que o SUV continua homologado com apenas quatro lugares. Para nos sentarmos atrás, aceder não é muito fácil (devido ao recorte da porta imposto pelas rodas posteriores) e, uma vez instalados, o espaço é apenas o suficiente para as pernas, uma vez que em altura não há grandes limitações. Já o facto de o vidro das portas posteriores abrir apenas em compasso pode ser uma limitação para alguns.

Embora o Aygo X seja maior do que o Aygo, a Toyota esforçou-se para manter o peso da carroçaria em valores mínimos, visando garantir o desejado dinamismo, apesar de montar o mesmo pequeno motor de 72 cv. Daí que tenha desaparecido a regulação em alcance da coluna de direcção (só ficou a afinação em altura) e o compartimento do motor tenha sido reduzido ao mínimo, o que impossibilita a instalação de mecânicas híbridas ou caixas de velocidade muito volumosas. Mas o resultado final é bom, com o conjunto chassi/carroçaria do Aygo X a pesar menos do que o antigo Aygo (e muito menos do que o actual Yaris), anunciando 1015 kg já com condutor e lubrificantes a bordo, além de mais equipamento (mesmo nas versões mais acessíveis).

Um só motor, duas caixas e nada de híbridos

Já não nos lembrávamos de conduzir um novo Toyota que não oferecesse versões electrificadas, sejam elas híbridas, PHEV ou 100% eléctricas, alimentadas por bateria ou fuel cells a hidrogénio. Daí que fosse quase um choque ver o Aygo X com apenas um motor, exactamente o anterior 1.0 atmosférico com três cilindros e 72 cv, agora adaptado às mais recentes normas antipoluição. Toda em alumínio e sem turbocompressor para diminuir a necessidade de espaço, esta unidade – que também produzida pela Toyota na Europa – fornece somente 93 Nm e às 4400 rpm, reforçando a necessidade de conter o peso.

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O três cilindros pode estar acoplado a uma caixa manual de cinco velocidades, o que é mais que suficiente para um veículo que anuncia 160 km/h. Pareceu-nos bem escalonada, rápida e precisa, mesmo quando é necessário engrenar 1ª a meio de um gancho a subir. A alternativa é a S-CVT, uma caixa automática de variação contínua que pode ser comandada manualmente a partir da alavanca ou nas patilhas junto ao volante. Esta é uma execução especial da CVT da marca, denominada internamente de “Small CVT” por ser mais pequena e estar limitada no binário máximo que pode aceitar.

Conduzimos o Aygo X com a S-CVT em cidade e auto-estrada, tendo conseguido um consumo médio de apenas 4,6 litros, abaixo dos 4,9 anunciados pelo fabricante em percurso misto, valor que nos pareceu particularmente contido e inferior a modelos como o Renault Twingo. Num percurso misto, que incluiu estrada de montanha, conduzimos o mini SUV com caixa manual, que elevou a média para 5,6 l/100 km – não muito longe dos 4,7 que anuncia em condições ideais, se tivermos em conta o perfil do terreno que nos surgiu pela frente. Em ambas as versões foi sempre evidente a maior distância ao solo (11 mm) e, sobretudo, uma posição de condução 5,5 cm mais elevada, com vantagens para a visibilidade.

Um SUV que parece um cardápio de gin

Além de desenhar um SUV atraente e jovem, a Toyota fez questão de o tornar personalizável, salientando a sua irreverência. As versões mais simples e acessíveis surgem em cor única, mas o destaque vai para as carroçarias a duas cores, em que a principal parece ter saído de um menu de gins. Cardamomo, zimbro, chilli e gengibre temperam o Aygo X com tons picantes de, respectivamente, cinzento, azul, vermelho e bege. A isto há que aliar as jantes em liga leve, concebidas para montar pneus maiores (de 17 e 18 polegadas) mas mais estreitos, de forma a incrementar a zona de contacto com o solo, sem prejudicar a aerodinâmica.

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Os mais jovens têm à sua disposição um sistema de som da JBL com 300W e subwoofer, mas a generalidade dos condutores vai receber com agrado as soluções de ajuda à condução, do cruise control activo, passando pela assistência de faixa de rodagem e da direcção em condições de emergência, até ao reconhecimento de peões, ciclistas e outros veículos para evitar acidentes, com recurso a uma câmara e um radar.

A versão de lançamento, por isso mesmo a primeira a chegar aos mercados, será a Cardamomo, com parte da carroçaria em preto e aplicações em Mandarina mate, uma espécie de cor de laranja que decora o exterior e interior do modelo.

Chega em Maio e a partir de 16.490€

As encomendas para a versão de lançamento abriram em Dezembro de 2021, com as primeiras unidades do Aygo X a chegar ao nosso país em Maio, para estar limitado durante cerca de seis meses à versão Limited, proposta por 20.780€, sendo a mais equipada da gama. Depois chegarão as versões mais acessíveis, nomeadamente o Aygo X Envy, que irá ser comercializado por 20.600€, e a Pulse, transaccionada por 17.370€ e a primeira que pode oferecer caixa manual ou automática CVT, sendo que esta última obriga a despender mais 1150€.

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O Aygo X mais barato será o Play que, ao ser proposto por 16.490€, parece ser mais caro do que o anterior Aygo, cujo preço estava ligeiramente abaixo dos 15 mil euros. Mas esta sensação desaparece se tivermos em linha de conta o equipamento que o mini SUV oferece a mais, com destaque para o Toyota Safety Sense, o conjunto de sistemas de segurança da marca japonesa.

Além dos valores para quem pensa pagar a pronto, a marca propõe um renting que é anunciado com um apetecível valor de 99€/mês, caso o cliente realize um primeiro pagamento de 7839€ e um último de 5441€. Mais interessante é o facto de a Toyota, face ao elevado valor residual do antigo Aygo, pretender propor aos clientes que fizeram o renting do modelo antigo uma troca pelo novo Aygo X, proposta que certamente granjeará muitos adeptos.