O plano de recuperação e resiliência (PRR) português é “ambicioso” mas não tem reformas suficientes na área do trabalho, medidas que seriam importantes para combater desafios como o desemprego jovem. A conclusão é do Centro de Estudos Políticos Europeus (CEPS), de Bruxelas, que acrescenta que também na área das qualificações os planos “suscitam preocupações“.

O instituto de pesquisa analisou os planos de oito países, incluindo Portugal, e a conclusão, citada pelo Jornal de Notícias, é que “as reformas do mercado laboral, como a Agenda para o Trabalho Digno, não são suficientes para enfrentar todos os desafios, desde o elevado desemprego jovem até à falta de eficiência da Administração Pública”. Por outro lado, no PRR “não são apontados objetivos qualitativos nem quantitativos”, à exceção do plano de subir o salário mínimo para 750 euros até ao final de 2023.

O CEPS defende que o PRR devia conter mais medidas que combatessem a “elevada desadequação de competências“, a “decrescente integração de trabalhadores menos qualificados” e a “elevada diferença salarial entre géneros“.

Noutra perspetiva, o instituto de pesquisa identifica “problemas estruturais que afetam o sistema educativo português“, entre os quais se contam “a elevada instabilidade laboral” e um “subinvestimento em recapacitação e requalificação”. Isto são fatores que afetam “negativamente os percursos educativos dos estudantes” e a “falta de resposta” do PRR é algo que “suscita preocupações“.

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