A sociedade de gestão de resíduos Ponto Verde defendeu esta sexta-feira a revisão do sistema de financiamento do sistema de gestão de resíduos urbanos, com novas tarifas que penalizem os materiais mais difíceis de reciclar.

Comentando uma auditoria do Tribunal de Contas ao sistema de gestão de resíduos de embalagens de plástico divulgada esta sexta-feira, a Ponto Verde defende que são precisos “novos sistemas de tarifas como o pay as you throw [‘pague por aquilo que deita fora’]” e diferenciar os materiais pela maior facilidade ou dificuldade de serem reciclados.

Essas reformas fazem parte do que Portugal precisa para cumprir as metas ambientais futuras definidas nacionalmente e a nível da União Europeia, defende em comunicado.

No Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens, defende “a melhoria nos sistemas de recolha, nos processos de triagem e do serviço ao consumidor” com mais investimento “nos próximos anos”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A administradora da Ponto Verde Ana Isabel Trigo Morais salientou que as entidades como a sociedade que dirige “não têm o controlo de toda a operação”, defendendo que “toda a cadeia de valor do setor dos resíduos tem que estar convocada e envolvida”.

Nas conclusões de uma auditoria divulgadas esta sexta-feira, o tribunal refere que os objetivos definidos pelos governos para a valorização e reciclagem de resíduos e embalagens de plástico foram alcançados em 2011 e anos seguintes, mas que “para o futuro próximo esses objetivos foram colocados num limiar muito mais ambicioso, que não é compatível com a manutenção das políticas atuais”.

O TC considera que o modelo de financiamento e custos dos sistemas de gestão de resíduos urbanos “não permite a cobertura dos gastos com a sua recolha e não estimula suficientemente” os cidadãos a adotarem “boas práticas de prevenção e gestão dos resíduos pelos cidadãos”.

Defende que são precisas “políticas urgentes e transformadoras” que permitam cumprir a “grande exigência dos objetivos de reciclagem de resíduos urbanos para 2025, 2030 e 2035”.