José Mourinho não deixa impressões cinzentas. Há outros treinadores que o adoram, há outros treinadores que o odeiam; há adeptos que o adoram, há adeptos que o odeiam; e há jogadores que o adoram, assim como há jogadores que o odeiam. Borja Mayoral, internacional Sub-21 por Espanha, cai claramente na última categoria.

O avançado formado no Real Madrid esteve emprestado à Roma durante a época passada e até janeiro, tendo marcado 17 golos pelos italianos em 2020/21, mas acabou por rumar ao Getafe no mercado de inverno também cedido pelos merengues. O motivo, segundo uma entrevista do jogador ao El Mundo, foi simples: a chegada de José Mourinho à capital italiana.

“Tinha dois anos de empréstimo. O primeiro correu bem, fiz bons números, sentia-me bem e dei um passo em frente. Mas este ano, com a chegada do novo treinador, não tive minutos nem oportunidades. Precisava de procurar outra coisa. Gosto de jogar, de competir, surgiu a opção do Getafe, perto de casa, e não hesitei. Era o clube perfeito para mim”, disse Mayoral, deixando algumas críticas ao treinador português. “Esperava ter mais oportunidades pelo ano que tinha feito antes. Mas ele assinou com os seus avançados, gastaram muito dinheiro e eu passei para segundo ou terceiro plano. No início da temporada suspeitei que isto pudesse acontecer… Mas acreditei que, se ele me visse treinar, podia mudar as coisas. Mas não foi assim e em janeiro tive de procurar outra coisa para mim. Era difícil ficar ali mais seis meses naquela situação”, completou o jogador de 25 anos.

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Ora, este domingo e depois da derrota nos quartos de final da Liga Conferência contra o Bodø/Glimt, a Roma voltava à Serie A para receber o Salernitana. Mourinho, que em conjunto com Sérgio Oliveira foi visitar António Félix da Costa na antecâmara do Grande Prémio de Roma em Fórmula E, lançava o jovem Felix Afena-Gyan em conjunto com Mkhitaryan no apoio mais direto a Tammy Abraham — já que não tinha o capitão Pellegrini, castigado depois de ter visto o quinto cartão amarelo na jornada anterior. Do outro lado, destacava-se a titularidade do experiente Ribéry, acabado de cumprir 39 anos.

Frente ao Salernitana, o último classificado da Serie A, a Roma foi para o intervalo a perder graças a um pontapé muito forte de Radovanovic na sequência de um lance cobrado à maneira curta por Ribéry (22′). Mourinho lançou Zaniolo no início da segunda parte e os giallorossi acabaram por alcançar uma extraordinária reviravolta já dentro dos últimos 10 minutos: Carles Pérez empatou, com um grande pontapé de fora de área (81′), e Smalling carimbou a vitória instantes depois com um desvio ao segundo poste na sequência de um livre na esquerda (85′).

Com uma vitória tirada a ferros, a Roma conquistou mais três pontos e mantém-se no 5.º lugar da Serie A, à frente da rival Lazio e dentro do apuramento direto para a fase de grupos da Liga Europa.