O presidente da Câmara do Porto entregou esta terça-feira as chaves da cidade ao Presidente da República da Bulgária, Rumen Radev, e destacou os “traços comuns” que, apesar da distância, unem a sociedade portuguesa e búlgara, como os valores democráticos.

Recebido por honras militares na Praça do General Humberto Delgado, na Avenida dos Aliados, no Porto, Rumen Radev, a sua esposa, Desislava Radeva, e a comitiva búlgara tinham à sua espera, no Salão Nobre da Câmara do Porto, uma sessão solene de boas-vindas.

Presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a sessão solene ficou marcada pela entrega da chave da cidade pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, a Rumen Radev, num sinal de “reconhecimento” do município.

“Decidi entregar-lhe as chaves da cidade, da nossa casa, sinal do reconhecimento do município e dos seus habitantes. A partir de agora, o Porto é também a casa do presidente da Bulgária. É assim que queremos que quem nos visita se sinta”, salientou o presidente da câmara.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na sua intervenção, Rui Moreira aproveitou para destacar os valores e “traços comuns” que, apesar da distância que separa os dois países, une as suas sociedades, lembrando os esforços feitos para enveredarem de regimentos totalitários para democracias parlamentares, estáveis e multipartidárias.

“Tal como Portugal, também a Bulgária aderiu à União Europeia e fazem parte da comunidade de países onde melhor se vive no mundo e, conjuntamente, contribuem para uma sociedade melhor, mais justa, mais igualitária, que promover a paz como um dos seus fins últimos”, disse Rui Moreira.

Descrevendo a Bulgária como o “berço do alfabeto cirílico” e uma “nação de tantos e tão bons intelectuais”, o independente sustentou ainda que a sua maior riqueza, à semelhança da nacional, é “a vivência democrática”.

“A Bulgária, tal como Portugal, possui uma democracia multipartidária e o princípio da alternância democrática é assumido com orgulho, moderniza-se a olhos vistos, sem nunca recusar ou regenerar a sua identidade”, observou.

O autarca do Porto aproveitou também para salientar outras ligações — as quais “não são feitas de momento felizes” — como a taxa de natalidade e o envelhecimento da população, fatores e índices que os dois países partilham e que, considerou, devem ser tema que “ambos os governos devem abordar com grande seriedade e preocupação”.

Outra preocupação também assinalada por Rui Moreira foi o “presente e o futuro ensombrados por nuvens negras”, referindo-se à invasão da Ucrânia pela Rússia.

“A guerra na Ucrânia e a invasão inexplicável e ilegal perpetrada pela Rússia tem demonstrado que estamos do mesmo lado. Estamos juntos na Europa da Democracia e do Humanismo”, destacou o autarca, agradecendo, tanto a Rumen Radev, como a Marcelo Rebelo de Sousa, a visita ao Porto.

“Agradeço pela iniciativa de iniciar esta visita oficial na nossa cidade, destacando a cidade do Porto e a região Norte de Portugal”, sublinhou, dizendo que há mais de seis anos que Marcelo Rebelo de Sousa abraça “todo o país com uma postura próxima, inclusiva e atenta às idiossincrasias muitas vezes não fáceis de gerir”.

Apesar de ter presidido à sessão solene de boas-vindas, o Presidente da República não interveio, nem prestou declarações aos jornalistas.

Dos Paços do Concelho, Rumen Radev e a comitiva búlgara rumaram em direção à Casa do Roseiral para um almoço.