A Fundação Marques da Silva (FIMS) e a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) vão, na quarta-feira, juntar arquivos e os professores eméritos Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez vão doar os seus acervos.

“Do ponto de vista institucional, e estando sob a égide da U.Porto [Universidade do Porto] a junção destes dois arquivos faz todo o sentido“, afirma a presidente do Conselho Diretivo da Fundação Marques da Silva (FIMS), Fátima Vieira, citada no comunicado divulgado, esta terça-feira.

A fundação passará a ser responsável pela gestão das “cerca de seis dezenas de arquivos cuja obra foi e é determinante para a caracterização da arquitetura desenvolvida em Portugal entre finais do século XIX e a primeira década do século XXI”, adianta a nota da Universidade do Porto.

Fátima Vieira, também vice-reitora da Universidade do Porto para a área da Cultura, afirma que “são acervos de arquitetos fundamentais que permitem contar a história da arquitetura, do pensamento à práxis, entre finais do século XIX até à atualidade, que, através de uma só coordenação, passam a estar totalmente disponíveis ao público”.

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“Podemos fazer economia de recursos, agilizar os processos e, no fundo, prestar um melhor serviço a quem necessitar de ter acesso à informação”, prossegue.

Esta junção será formalizada na sede da FIMS, na quarta-feira, dia em que também serão assinados os protocolos de doação dos acervos profissionais dos professores eméritos Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez à fundação.

A doação de Alexandre Alves Costa será apadrinhada pelo arquiteto Álvaro Siza, e Jorge Figueira será o padrinho da coleção de Sérgio Fernandez.

O acervo do arquiteto Manuel Graça Dias será a próxima doação à FIMS, adianta a nota de imprensa divulgada terça-feira.

A Fundação Marques da Silva “tem um vasto conjunto de documentação relativa ao percurso de vida e obra de múltiplos arquitetos” e articula “as vertentes de conservação, valorização e tratamento de informação com a investigação e divulgação”.

Também a FAUP tem, desde 1993, “um Centro de Documentação de Urbanismo e Arquitetura que inclui o arquivo de arquitetos portugueses, em especial portuenses, documentos de projetos associados à construção dos edifícios da Universidade que remontam a 1807, assim como trabalhos académicos do curso de arquitetura desde 1870″.

Entre o acervo da Faculdade, destacam-se nomes como Arménio Losa e Cassiano Barbosa, Januário Godinho, Rogério Azevedo, Viana de Lima e Manuel Vicente.

Já no arquivo da FIMS encontram-se nomes associados à “Escola do Porto”, como Fernando Távora, Alcino Soutinho, José Carlos Loureiro e Nuno Portas.

“Os acervos incluem cerca 290.000 peças desenhadas, 550 maquetas e 23.000 publicações e 114.000 registos fotográficos e/ou digitais”.

A Fundação Marques da Silva está sedeada na Casa-Atelier do arquiteto e no contíguo Palacete Lopes Martins, na Praça Marquês de Pombal, no Porto, e ocupa também um pavilhão nos jardins, “recentemente reabilitado para funcionar como arquivo da documentação de arquitetura”.

“Existe um projeto de Álvaro Siza para a criação do novo centro de documentação, que se irá instalar nos jardins da FIMS e que pretende afirmar o papel da Fundação como um dos mais relevantes arquivos de arquitetura portuguesa, com particular ênfase para a “Escola do Porto” para congregar o arquivo da FAUP e futuros acervos”.