Depois de uma série de dez vitórias seguidas entre Liga, Taça Hugo dos Santos e FIBA Europe Cup para o Sporting, um novo ciclo com dois triunfos na Liga a caírem para o Benfica. Mais do que isso, uma mudança de paradigma na forma de olhar para o dérbi: se durante largos encontros existia um favoritismo teórico dos verde e brancos, agora eram os encarnados que surgiam na frente das possibilidades naquele que seria já o sexto jogo entre os dois conjuntos na presente temporada. Era neste contexto que chegava mais um duelo no Pavilhão da Luz, com esses momentos distintos entre equipas com superioridade para a equipa da casa.

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“Sabemos que vai ser um jogo intenso e que os detalhes vão decidir. Queremos ganhar, não só por ser um dérbi mas também porque nos garante o primeiro lugar da fase regular para podermos encarar os playoffs da melhor maneira. Não existem jogos fáceis nesta fase. Este vai passar por termos uma defesa agressiva e pela forma como abordarmos o jogo. Temos de ser agressivos do início até ao fim, porque é assim que vamos encontrar o Sporting. Se não mantivermos os níveis de agressividade altos e até superiores aos deles, as coisas podem não correr bem, mas acredito que a equipa vai apresentar-se ao melhor nível e vai manter este rumo muito positivo”, comentara o base Tomás Barroso sobre um encontro que poderia carimbar desde já o primeiro lugar do Benfica na segunda fase da Liga, ganhando a vantagem do fator casa no playoff.

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“Todos têm trabalhado muito e estamos a aproximar-nos da marca dos 50 jogos. O corpo sente isso mas a mente está no sítio certo e o basquetebol é um jogo mais mental do que físico. Temos de jogar juntos. Na última partida contra o FC Porto estivemos melhor a controlar os turnovers. No último dérbi com o Benfica não conseguimos fazer isso e acho que podemos melhorar aí. Não podemos relaxar porque, contra boas equipas, maus lançamentos e turnovers resultam em pontos para o adversário. Temos de jogar juntos e de forma inteligente, assim conseguiremos vencer”, salientara Tanner Omlid, extremo norte-americano contratado ao Imortal esta temporada que falhara os últimos encontros dos leões por lesão.

Ainda sem Travante Williams e agora com a baixa de Micah Downs (com mais peso do que a ausência de Dennis Clifford nos encarnados, que retira argumentos no jogo interior), a atravessar a pior fase na Liga desde que regressou ao principal escalão com três derrotas seguidas, o Sporting tentava dar uma resposta ao período mais conturbado. Em grande parte, conseguiu. No entanto, e numa partida onde chegou a ter 17 pontos de desvantagem, o Benfica chegou à vitória com um lançamento no último segundo que provocou uma “explosão” no Pavilhão da Luz, não só pelo triunfo mas pelo primeiro lugar na segunda fase.

Os encarnados tiveram uma entrada melhor com Gaines a assumir o protagonismo da equipa no lançamento exterior mas foram os leões a passarem depois para a frente aproveitando as transições rápidas comandadas por Diogo Ventura e a maior capacidade no jogo interior com Joshua Patton e Mike Fofana. Tanner Omlid, com um triplo após roubo de bola, colocou a vantagem nos seis pontos de diferença (17-11) mas um desconto de tempo de Norberto Alves e uma melhor rotação da equipa da casa permitiu a reviravolta nos últimos segundos do primeiro período com um triplo de Gaines que fez o 18-17. No entanto, e com os cincos iniciais de volta, foi o Sporting que reentrou no segundo parcial com uma vantagem de 13-0 que colocou o resultado em 30-18 e levou os encarnados para uma defesa à zona furada pelos lançamentos longos e pelo domínio nos ressaltos dos verde e brancos que não evitou a máxima vantagem no jogo de 17 pontos (38-21) antes de uma nova reação na parte final que levou o dérbi da Luz apenas por dez pontos para intervalo (44-34).

O Benfica tinha de mudar muito ao intervalo para poder tentar ainda ir buscar o resultado, da eficácia de tiro exterior aos ressaltos, passando pelo controlo de jogo ofensivo e da defesa interior. No entanto, com Diogo Ventura a ser essencial a ditar os momentos dos leões no ataque, o Sporting conseguiu travar essa tentativa de reação encarnada, mantendo a vantagem nos dois dígitos até ao 61-52 no final do terceiro período depois dos primeiros resultados práticos da defesa zona e campo inteiro dos encarnados. Foi nisso que os visitados continuaram a apostar na parte final da partida, encontrando um António Monteiro letal dos três pontos que nunca permitiu aproximações superiores a oito pontos até aos últimos três minutos, altura em que o ataque leonino desaparecer, o Benfica foi conseguindo capitalizar esse eclipse com pontos e chegou ao triunfo com um lançamento de Aaron Broussard no último segundo que fez o 79-78 final.