O Presidente da Sérvia, Aleksandar Vučić, acusou, esta segunda-feira, a Ucrânia e outro país da União Europeia (que não especificou) de promover falsas ameaças de bombas dentro dos aviões da Air Serbia, a companhia aérea de bandeira do país balcânico.

“São os serviços de informação de dois países que estão a fazer isso. Um desses é um país da UE, o outro é a Ucrânia”, afirmou Aleksandar Vučić em comunicado citado pela Reuters, sem avançar com grandes detalhes sobre a denúncia.

Desde o início da invasão da Rússia à Ucrânia, mais de uma dezena de voos que ligam Belgrado a Moscovo não foram autorizados a levantar voo ou foram obrigados a voltar para o aeroporto de onde partiram. O motivo? As falsas ameaças de bomba. Além disso, o aeroporto da capital sérvia foi já evacuado pelo menos três vezes exatamente pelo mesmo motivo.

Aleksandar Vučić garantiu que os voos que ligam a capital russa à sérvia vão “continuar”, acrescentando que a Sérvia é “um país livre”, que “toma as suas próprias decisões”: “Não decidam por nós quando cancelar voos”.

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A Sérvia é atualmente um dos poucos países europeus que não proibiu as ligações aéreas à Rússia. Altamente dependente da energia e do gás russo e aliada histórica de Moscovo, o país balcânico — que não é membro da NATO, nem da União Europeia — também não aplicou as sanções dos 27 à Rússia.

Por seu turno, a Ucrânia negou categoricamente que tenha programado as ameaças de voos. O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Oleg Nikolenko, considerou, de acordo com a Reuters, as declarações do Presidente sérvio como “não tendo qualquer fundamento” e assegurou que as mesmas são “falsas”.

O responsável ucraniano também aproveitou mandar uma farpa às autoridades sérvias: “Apelamos a que Belgrado se posicione do lado da verdade e apoie sem medos a Ucrânia e os valores em que a Europa democrática está fundada”.

Apesar de não ter aplicado as sanções da União Europeia, a Sérvia votou a favor da condenação da invasão russa à Ucrânia e apoiou a suspensão da Rússia do Conselho dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas.