Por um lado, os clientes exigem cada vez mais Mustang Mach-E. Por outro, a Ford tem cada vez mais dificuldade em produzir este SUV eléctrico, sobretudo devido à falta de chips. O Mach-E era até aqui fabricado no México, além de nas fábricas nos EUA localizadas nos estado do Michigan e de Illinois, para a partir daí alimentar os mercados norte-americanos e europeu.

A situação complicou-se em Fevereiro, quando o construtor anunciou que a falta de chips, entre outros materiais necessários para a fabricação do modelo, levou à suspensão da produção nas linhas mexicanas e norte-americanas. Daí que não tenha causado grande estranheza o anúncio da Ford, em que a marca informa que apenas vai satisfazer as encomendas já recebidas, mas recusa a entrega de novos Mach-E durante 2022 .

A fábrica mexicana da Ford, de onde saem muitos Mustang Mach-E, é uma das que enfrenta dificuldades devido à falta de chips

A indicação de que não vai haver mais Mustang Mach-E para ninguém até 2023 pode ter chocado os potenciais clientes da marca, mas a situação poderá vir a não ser tão má como parece. E a luz ao fundo do túnel surge na China. Em causa está o arranque da produção do Mustang Mach-E na fábrica que a Ford possui, em regime de joint-venture, em Chongqing.

A fabricação no mercado chinês era algo que já estava previsto, com o arranque a estar agendado para o final de 2022. É certo que todas as unidades que a marca lá conseguir produzir se destinarão prioritariamente ao mercado asiático, pelo menos durante os primeiros meses. Mas não é impossível que a Ford consiga “desviar” alguns milhares de unidades para a Europa, um pouco à semelhança do que também aconteceu com a Tesla que, para fazer face aos atrasos na inauguração da Gigafactory de Berlim, por problemas criados pelos ambientalistas, passou a exportar para o mercado europeu carros produzidos na China.

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