Os trabalhadores da Efacec cumprem na quarta-feira uma greve de duas horas para exigir aumentos salariais e a compra de matérias-primas, contestar a reprivatização da empresa e reclamar a demissão da administração, avançou fonte sindical à Lusa.

Nos termos do pré-aviso de greve, datado do passado dia 8 e emitido pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte) -, a greve decorrerá entre as 14h00 e as 16h00 de quarta-feira, estando prevista uma concentração na portaria principal do polo da Arroteia, em São Mamede de Infesta, Matosinhos, sede da empresa.

A paralisação foi decidida num plenário de trabalhadores realizado em 6 de abril, no qual foi ainda deliberada a realização de uma outra greve no dia 27, “nos mesmos moldes” e cujo aviso prévio foi também já entregue.

Tal como nas três greves parciais de duas horas realizadas em novembro e dezembro do ano passado, os trabalhadores exigem do Governo a compra de matérias-primas, cuja falta dizem continuar a comprometer a laboração da empresa de energia, engenharia e mobilidade.

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Reclamam ainda aumentos salariais e a demissão da atual administração e contestam o processo de reprivatização da Efacec, que está atualmente em fase de conclusão.

No passado dia 25 de março, a Parpública anunciou ter assinado nesse dia com a portuguesa DST SGPS o acordo de venda direta da participação que detinha na Efacec, seguindo-se uma “fase de concretização das condições precedentes para o fecho da operação de reprivatização”, que estará em curso.

Segundo a resolução do Conselho de Ministros que aprovou o negócio, publicada em 25 de fevereiro, a proposta apresentada pela DST foi a que, “ao longo das várias fases do processo, mais se aproximou dos principais objetivos fixados pelo Governo” para venda da Efacec.

O Governo pretendia que o processo de reprivatização dos 71,73% do capital social da Efacec atualmente nas mãos do Estado tivesse ficado concluído até ao final do ano passado, sendo que o grupo DST acabou por ser o único a apresentar uma proposta final de compra.

A entrada do Estado na Efacec decorreu da saída de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, da esfera acionista, na sequência do envolvimento no caso Luanda Leaks, no qual o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros da empresária.