A CDU exigiu, esta sexta-feira, o início “imediato” das obras de construção do bloco de rega do Alqueva no concelho, já que estão “resolvidos os entraves financeiros”, avisando que não permitirá que se transforme “numa promessa”.

Não permitiremos que o bloco de rega Póvoa/Amareleja se transforme numa promessa como outras na região, como é o caso do IP8. Se já ficaram resolvidos os entraves financeiros, exigimos o início das obras no imediato”, referiu a coordenadora de Moura da CDU, no distrito de Beja, em comunicado enviado à agência Lusa.

Na quinta-feira, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, anunciou que o Governo conseguiu desbloquear 50 milhões de euros que faltavam para concluir na totalidade quatro obras da expansão do regadio do Alqueva, que poderiam ser “amputadas” devido à subida dos custos de construção.

Trata-se dos blocos de rega de Póvoa/Amareleja, que “será concretizado sem redução da área inicialmente prevista”, Vidigueira, Reguengos e Messejana, sendo que este incluirá a ligação à albufeira do Monte da Rocha.

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Em declarações aos jornalistas, Maria do Céu Antunes explicou que, devido ao “aumento dos custos associados à construção”, seria necessário “diminuir uma área que estava prevista em relação a alguns dos blocos da expansão de Alqueva”.

No entanto, frisou, o Governo, através do Programa de Desenvolvimento Rural, conseguiu “aumentar a dotação disponível para concluir este investimento com a área que estava prevista inicialmente”.

O executivo vai abrir, em maio, “um aviso de 50 milhões de euros” para ser possível “financiar na íntegra” as obras e concretizar “a área prevista”, no âmbito do Programa Nacional de Regadios, adiantou a ministra.

No comunicado, a CDU disse que, quando foi anunciado que o projeto do bloco de rega Póvoa/Amareleja “poderia vir a ser amputado, não esperou e reagiu prontamente, nos órgãos e canais competentes, exigindo que fossem encontrados os mecanismos para que não se encurtasse um investimento desta importância”.

Exigimos justiça e investimento na agricultura, que se traduza num aumento e diversificação da produção, valorização e defesa dos produtos locais, e promoção de emprego com direitos”, afirmou.

A CDU frisou que não deixará “de reivindicar que se resolva a questão da Rede Natura 2000” no concelho de Moura, “através da elaboração de um plano de gestão, que promova a proteção ambiental e, ao mesmo tempo, garanta sustentabilidade das populações do território”.

“Não admitiremos mais promessas sobre promessas”, acrescentou a CDU, referindo que “o desenvolvimento do concelho de Moura não pode ficar refém de estratégias partidárias de manutenção de poder”.