O deputado na Assembleia Legislativa Regional José Pacheco é o único candidato à liderança à Chega/Açores nas eleições internas que se realizam este sábado.

Pacheco, que é também vice-presidente nacional do Chega, concorre pela primeira vez à liderança do partido nos Açores, depois de se ter assumido como porta-voz da estrutura regional, na sequência da saída de Carlos Furtado em julho de 2021.

O sufrágio, que vai decorrer das 10:00 às 17:00 locais, com uma mesa de voto em São Miguel e outra na Terceira, vai eleger a Comissão Política Regional e a Mesa Regional.

Da lista da Comissão Política Regional fazem parte, como presidente, José Pacheco, e, como vice-presidentes, Fernando Mota e Francisco Lima.

Seguem-se, na lista a que a Lusa teve acesso, Olivéria Santos, Joaquim Coelho, Rui Silva, Maria Eleonora Bettencourt, Luís Franco e Miguel Arruda.

Candidatos à Mesa Regional dos Açores do Chega pela lista A são, de acordo com a lista disponibilizada à Lusa, como presidente, José Bernardo, como vice-presidente Pedro Rodrigues e, como primeiro secretário, Filipa Lopes.

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Para 30 de abril, está previsto o congresso regional do Chega nos Açores, em Ponta Delgada, que vai contar com a presença do presidente nacional, André Ventura, conforme já anunciou o partido.

Com 5,06% dos votos, o Chega foi a quarta força política mais votada nas eleições açorianas de 2020, atrás de PS, PSD e CDS, conseguindo eleger dois deputados.

Atualmente, o partido só tem um deputado no parlamento açoriano, depois de Carlos Furtado ter passado a independente, na sequência da perda de confiança política de André Ventura a 14 de julho de 2021.

Nessa altura, Carlos Furtado também abandonou a presidência do Chega/Açores, que ficou sem uma liderança formal desde então, após terem sido conhecidas várias divergências públicas entre o agora deputado independente e José Pacheco.

As últimas eleições internas no Chega dos Açores aconteceram a 01 de maio de 2021, tendo Carlos Furtado sido o único candidato, depois de Pacheco, que chegou a anunciar a candidatura, ter desistido para terminar com as “mentiras”, “divergências” e “difamações” no interior do partido.

Designer gráfico de profissão, José Pacheco, de 51 anos, foi um dos responsáveis pela instalação do Chega no arquipélago e foi secretário-geral durante a presidência de Carlos Furtado.

O Chega é um dos partidos que assinou um acordo de incidência parlamentar com os partidos que integram o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM).

A 06 de abril, José Pacheco revelou à Lusa que “acabou” o apoio do partido ao Governo Regional e avançou que pretende reprovar o próximo Orçamento da região, que vai ser discutido no final do ano.

A 18 de abril, o deputado reforçou que cabe ao executivo açoriano mostrar que “consegue fazer melhor” e que o Chega estava “enganado” quanto ao fim do apoio.

Natural de São Miguel, José Pacheco iniciou o percurso político no CDS-PP, contando com passagens por vários órgãos locais e concelhios do partido, tendo sido também adjunto parlamentar dos centristas na Assembleia Legislativa dos Açores.

Em 2017 concorreu à presidência da junta de freguesia da Ribeira Chã, concelho da Lagoa, de onde é natural, com o apoio do PSD, numa eleição que perdeu para o PS. Após o ato eleitoral, integrou a bancada social-democrata na Assembleia Municipal da Lagoa.

A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados, sendo que, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da Iniciativa Liberal (IL), um do PAN, um do Chega e um deputado independente (eleito pelo Chega).

A coligação pós-eleitoral (PSD/CDS-PP/PPM) que formou governo dos Açores fez acordos de incidência parlamentar com o Chega e o deputado independente, ao passo que o PSD o fez com o deputado único da IL.