A vitória inicial do Fonte Bastardo no Pavilhão João Rocha parecia contar uma história, a mesma que um triunfo dos açorianos no jogo 3 estava prestes a contar. No entanto, o Sporting tinha ainda uma palavra a dizer. A sua palavra. E mesmo terminando a segunda fase na terceira posição da Liga, mesmo sabendo que o conjunto insular era favorito a chegar de novo ao playoff inicial, os leões foram à Praia da Vitória causar surpresa na “negra” voltando a uma final do Campeonato depois do afastamento em 2021/22. Confirmava-se mais uma série de dérbis entre rivais agora pelo título. E a começar no Pavilhão João Rocha.

A supremacia do Benfica frente aos leões tem sido evidente, com jogos fechados na “negra” ou no quarto set. Foi assim na Luz ainda na primeira fase para a Liga, foi assim dos dois duelos da segunda fase na Luz e em Alvalade, foi assim nas meias-finais da Taça de Portugal. Ao todo, os encarnados chegavam a este jogo 1 da final com 17 vitórias nos últimos 18 jogos contra o rival, havendo como única exceção a vitória na final da Taça de Portugal de 2021. No entanto, tratando-se de uma nova série, de uma final e de um jogo com o ambiente caseiro do João Rocha, o Sporting mostrava-se apostado em inverter essa tendência.

“Vai ser um playoff muito renhido no qual os detalhes vão acabar por fazer a diferença. As duas equipas são muitos fortes mas se alguma não tiver o melhor desempenho técnico e tático pode perder logo por 3-0. Sabemos que não será fácil e que vão ser jogos muito disputados diante de uma equipa que vai tentar o terceiro título consecutivo, que tem um grupo que pouco mudou e que tem o mesmo treinador há muitos anos, mas estamos cá para discutir o título. Só podemos lutar por títulos se primeiro terminarmos num dos primeiros quatro lugares e se depois vencermos as meias-finais, portanto neste momento há o sentimento de dever cumprido mas falta o resto”, tinha lançado Gersinho, técnico dos leões.

“Vamos entrar numa série que pode ser definida em quatro semanas. Para este primeiro jogo pode haver um peso da meia-final mas, a partir do jogo 2, o nível vai estar parecido e quem vai ganhar é o que for mais competente e não quem saiu da meia-final mais forte ou mais fraco. O jogo de voleibol é algo muito marcado em que temos o feedback muito instantâneo dos analistas. As equipas devem chegar muito bem, porque as duas têm um bom poder de ataque e sabem defender. Tenho orgulho do passado que construímos mas somos humildes para defrontar o Sporting no próximo jogo. Cada jogo é diferente, este é um play-off, muito específico, e não podemos relaxar”, comentara Marcelo Matz antes da final.

A lei do mais forte voltou a imperar e, pela primeira vez esta temporada, o Benfica ganhou em branco com um 3-0 que carimbou a 18.ª vitória nos últimos 19 dérbis e colocou os encarnados na frente para voltarem a ganhar o título contra um Sporting que continua a cometer demasiados erros (e os mesmos erros que cometeu sempre nos outros dérbis) e que nunca conseguiu colocar em causa o triunfo do rival.

O primeiro set foi tendo alternâncias no marcador, sempre com o Benfica na frente com avanços de dois/três pontos e o Sporting a conseguir depois encostar de novo no marcador, até à rotação na parte final que colocou Westermann a servir para os encarnados, altura em que os campeões conseguiram voltar a abrir até fechar em 25-21. Já o segundo parcial começou com uma vantagem de quatro pontos dos verde e brancos (5-1), teve depois um parcial de 5-0 dos encarnados, voltou a colocar o encontro disputado ponto a ponto mas mais uma vez o serviço de Westermann fez a diferença no final por 25-22. Os leões teriam de encontrar outros argumentos no terceiro set mas uma entrada com 4-0 do Benfica teve um peso determinante no resto do parcial apesar das mudanças leoninas, fechando o encontro com 25-15.

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