Todos nos recordamos da Datsun, cujo emblema ornamentava os veículos que a japonesa Nissan Motor Company comercializava nos mercados de exportação, como o português. Tudo terminou em 1986, quando os japoneses anunciaram a morte da Datsun, apenas para a ressuscitar 27 anos depois como marca low cost destinada a mercados emergentes. Mas nem assim sobreviveu, uma vez que o seu segundo funeral teve lugar este mês.

A decisão de ressuscitar a Datsun em 2013, lançando-a em países como a Índia, Rússia e Indonésia, onde fabricam os seus próprios modelos, visou propor veículos mais simples e acessíveis, sem correr o risco de beliscar a imagem da Nissan. Mas a análise do mercado que suportou esta decisão dos japoneses pode não ter sido a mais correcta, uma vez que as vendas nunca acompanharam as perspectivas, o que conduziu ao encerramento da fábrica russa e indonésia em 2020.

A Nissan quis ter a sua Dacia. Mas não correu bem

A Datsun provou ser mais cativante junto dos consumidores indianos, mas não muito, uma vez que a fábrica de Chennai, no sul da Índia, acabou por encerrar em Abril de 2022. Tal não impede a marca de continuar a anunciar os modelos que não conseguiu vender através do seu site, onde promete que vai garantir o acesso a peças de substituição aos clientes que adquiriram os modelos da marca.

Com a segunda morte anunciada para a Datsun, que deverá ser definitiva, a Nissan falhou na tentativa de replicar a estratégia da Renault, quando apostou na Dacia como marca low cost para a Europa. Ao contrário do que aconteceu com a Datsun, a aposta na Dacia foi bem-sucedida, com as vendas a continuarem a crescer, apesar das crises dos chips, dos fornecedores e da falta de matérias-primas.

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