Há jogadores que são imortais. Ou que, pelo menos, parecem imortais: porque prolongam as carreiras até para lá do normal, porque conquistam títulos durante anos a fio, porque existe uma certa sensação de que sempre estiveram lá e de que sempre estarão. E Itália, desde Zoff a Buffon e passando por Baresi e Maldini, é talvez o país onde se encontram mais casos destes. Esta terça-feira, um desses imortais anunciou o início da mortalidade: Giorgio Chiellini vai deixar a seleção italiana.

“Vou dizer adeus à seleção nacional em Wembley, onde vivi o ponto mais alto da minha carreira ao ganhar o Europeu. Quero despedir-me com uma memória bonita”, disse o central de 37 anos em entrevista à DAZN, o que significa que vai cumprir a última internacionalização no particular contra a Argentina que está marcado para o próximo mês de junho em Londres.

Chiellini, um “mestre” sem contrato (assinado pelo menos) que levantou a taça do Euro 2020

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Chiellini, que se estreou por Itália em novembro de 2004, foi parte crucial da equipa de Roberto Mancini que conquistou o Euro 2020 no verão passado. Contudo, a última memória com a seleção italiana acaba por ser a ausência do Mundial 2022 depois da derrota frente à Macedónia do Norte na meia-final do playoff de acesso ao Qatar — sendo que Portugal acabou por vencer os macedónios no jogo decisivo, apurando-se para a fase final da competição.

O central da Juventus tem 114 internacionalizações, um número que o coloca ao lado de Andrea Pirlo enquanto 5.º jogador com mais presenças por Itália. Só De Rossi, Maldini, Cannavaro e Buffon têm mais, sendo que este último é o recordista absoluto com 176 jogos pela seleção italiana. Ainda assim, na mesma entrevista, Chiellini revelou que ainda não tomou uma decisão no que toca à carreira como um todo e que, por agora, só vai mesmo despedir-se da azzurri.

“O meu romance com a Juventus não está a acabar, nunca vai acabar. Mas claro que, daqui até ao final da temporada, tenho de avaliar tudo e falar com a minha família sobre aquilo que é melhor para nós. Mas antes disso temos de chegar ao quarto lugar da Serie A e ganhar a Taça de Itália. Só depois disso é que vou sentar-me com as minhas duas famílias, a de casa e a da Juventus, para decidir o que é melhor para todos. Aconteceu o mesmo no verão passado, tirei algum tempo e só assinei o novo contrato depois do Europeu. Na minha idade, não podemos olhar muito a longo prazo, é natural. Mas está tudo bem”, terminou o italiano.