“A grande característica do Nuno é querer ganhar mais do que os outros. E isso é uma grande vantagem, é por isso que procura o ponto e procura ganhar”. As expressões faciais do agora treinador Rui Machado iam andando ao sabor do desempenho do português no court mas também mostravam bem a confiança sempre em crescendo do maiato frente a Pablo Andujar até conseguir sete jogos consecutivos que lhe valeram a conquista do primeiro set por 6-4, o avanço no segundo por 3-0 e o triunfo devido à desistência do espanhol com uma lesão no ombro direito. “Por acaso não reparei nisso mas também estava tão focado no meu jogo e no encontro em si que, se calhar, não reparei no óbvio”, explicou o 131.º jogador mundial.

Começar a ganhar, agora com público: Nuno Borges vence Pablo Andújar e volta à segunda ronda do Estoril Open

À semelhança do que tinha acontecido no ano passado, onde fez a estreia em torneios do ATP, Nuno Borges superou a primeira ronda do Estoril Open. Jogador e treinador assumiram depois da vitória que o início foi marcado pelos normais nervos de uma estreia agora com público, algo que lhe faltara em 2021, mas que com o passar dos minutos o jogo foi fluindo de outra forma, jogando mais solto, a ser mais capaz de lutar até ao fim por todos os pontos. Com isso, somou a quinta vitória em seis jogos contra tenistas do top 100, sendo que a única derrota foi exatamente em Portugal e no mesmo torneio diante do croata Marin Cilic.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Foi-se o jogo, fica o sorriso: Nuno Borges ganhou primeiro set mas caiu frente a Cilic na estreia em torneios ATP

“Não faço ideia onde vão buscar essas coisas mas é engraçado, não tinha visto isso dessa maneira. Cada um desses jogos foi diferente, de certa maneira, e não quer dizer que agora não perca com um top 100. Cada vez se torna mais difícil. Ainda bem que tenho conseguido porque dá-me confiança para continuar e manter-me motivado, porque sei que estou no caminho certo. Posso ganhar, se não a qualquer um, a quase qualquer um”, destacara após o triunfo com Andujar e ainda antes de saber quem seria o adversário na segunda ronda, que saiu da partida entre Frances Tiafoe e Dusan Lajovic, com triunfo do norte-americano.

O finalista vencido do Estoril Open de 2018, que caiu na altura frente ao português João Sousa (eliminado esta edição logo na primeira ronda pelo argentino Sebastián Báez por 6-1 e 6-3 em pouco mais de uma hora), chegava desta vez como 29.º do ranking mundial e quinto cabeça de série mas ainda à procura do melhor momento na terra batida, depois de ter ficado nos quartos em Houston e na segunda ronda em Barcelona. E o próprio assumiu que não se sentiu bem ao longo do jogo inaugural com Lajovic, dizendo mesmo que um dos segredos foi o fisioterapeuta para o triunfo festejado com Pedro, um jovem fã que tinha assistido ao jogo com Sousa em 2018 e que teve direito a bilhetes do norte-americano para a estreia em 2022.

Os dois primeiros sets foram muito semelhantes ao que se tinha passado no ano passado com Marin Cilic, com uma derrota a abrir no tie break por 7-4 num parcial com três pontos de break não concretizados para cada lado e uma vitória no segundo set por 6-4 com um último ponto fabuloso que deixou o público de pé a aplaudir. No entanto, esse momento que poderia ser a viragem no jogo não teve continuidade, com o norte-americano a encurtar pontos, a ser bem mais agressivo nas respostas e a conseguir pela primeira vez quebrar o serviço ao português, chegando ao 6-0 à semelhança do que tinha acontecido com Lajovic.