O Chega e a Iniciativa Liberal anunciaram, antes do arranque do debate do Orçamento do Estado para 2022, que vão votar contra o documento na generalidade.

Em comunicado, o Chega justificou que o documento “não reflete as preocupações e as necessidades que os portugueses precisam ver acauteladas ao longo deste ano”, frisando que “mantém a espinha dorsal do OE chumbado em Outubro do ano passado”, referindo-se ao facto de nessa altura não haver uma guerra na, “nem o surto inflacionista”.

“Este Orçamento peca ainda por voltar a alocar a maior parte dos recursos públicos ao Estado e às suas clientelas, deixando altamente prejudicadas as famílias e as empresas”, critica o Chega, apontando que se trata de um “Orçamento usurpador” e que “continua a exploração de quem trabalha e investe para sustentar o polvo da máquina do Estado”.

João Cotrim Figueiredo, em declarações aos jornalistas na Assembleia da Rpública, justificou o sentido de voto da Iniciativa Liberal com “três grandes falhas: credibilidade, honestidade e ambição”.

No dia em que se inicia o debate do OE, o líder liberal argumentou que falta “credibilidade” porque “as previsões que o Governo está a utilizar para basear o Orçamento do Estado são claramente mais favoráveis do que a generalidade das previsões que as instituições internacionais apontam”. E ainda sublinhou que “se não estivéssemos a aprovar o Orçamento quase a meio do ano, a probabilidade de haver um orçamento suplementar era enorme”.

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Cotrim Figueiredo apontou ainda falhas de “honestidade” no OE apresentado pelo Governo, por “além de manter enorme tendência para a suborçamentação das receitas, também ter tendência para sobreorçamentação das despesas”. “Num ano em que o Governo diz que vai desagravar situação fiscal dos portugueses vai cobrar mais dois mil e 600 milhões de euros de impostos do que em 2019”, acrescentou o presidente do partido.

Por outro lado, nas palavras de Cotrim Figueiredo há ainda falta de ambição por “não haver uma única reforma estrutural”, com o líder da IL a frisar que Portugal “precisa de evoluir” e que são precisas reformas estruturais na “justiça, sistema fiscal, educação e saúde”.

Sobre a especialidade, o presidente da IL falou numa “suposta disponibilidade de diálogo” por parte do PS, mas acusou o Governo de a “manifestar muito pouco”. “IL vai insistir nas suas bandeiras de simplificação fiscal, de desagravamento fiscal, de reformas estruturais dos serviços públicos, de real liberdade de escolha dos portugueses nos serviços públicos”, enalteceu João Cotrim Figueiredo, frisando que só no OE2023 será “possível perceber se o Governo vai aproveitar o facto de ter deixado de depender do PCP e BE”.

“Este Governo diz que quer dialogar, mas não abre a porta a absolutamente nada”, reiterou o presidente da IL.