O primeiro-ministro assinalou este domingo as comemorações do Dia do Trabalhador, salientando que o Governo vai adotar a Agenda do Trabalho Digno e “prosseguir o objetivo de reforço do peso dos salários no PIB” para a média europeia.

“Festejamos hoje o Dia do Trabalhador. Porque valorizamos o trabalho e ambicionamos uma sociedade mais justa, vamos adotar a Agenda do Trabalho Digno e prosseguir o objetivo de reforço do peso dos salários no PIB para a média europeia”, refere António Costa, numa publicação na rede social Twitter.

O primeiro-ministro faz acompanhar a publicação de um quadro sobre o peso das remunerações no Produto Interno Bruto (PIB), segundo o qual entre 2016 e 2021, anos em que liderou o Governo do país, houve um crescimento em Portugal de 17,5% desse indicador e uma aproximação em relação à média da zona euro.

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O quadro prevê ainda que entre 2022 e 2026 o crescimento do peso das remunerações no PIB seja em Portugal de 20%, atingindo-se no final da legislatura uma convergência com a zona euro neste indicador.

No debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2022, o primeiro-ministro já tinha anunciado que a iniciativa legislativa do Governo denominada “Agenda para o Trabalho Digno” vai ser analisada em concertação social no próximo dia 11, antes de ser debatida e votada no parlamento.

“O grande desígnio é que a geração mais qualificada de sempre seja também a geração mais realizada de sempre e tenha em Portugal tantas ou tão boas oportunidades como encontra fora do país. Isso implica não só uma valorização salarial, como a aprovação da Agenda para o Trabalho Digno, que no dia 11 de maio irá de novo a concertação social para depois entrar na Assembleia da República”, declarou António Costa, no debate.

PSD reage a publicação de Costa

A publicação de António Costa já mereceu uma reação de Rui Rio, que acusa o PS de ainda não ter recuperado o país da “queda que ele próprio provocou com a bancarrota para que atirou Portugal”, considerando que se tem perdido “muito tempo” com a governação socialista.

Também via rede social Twitter, o ainda líder do PSD respondeu a Costa. “O gráfico do peso dos salários no PIB que o Sr. primeiro-ministro aqui publica é ilustrativo: em seis anos de governação, o PS ainda não conseguiu recuperar totalmente a queda que ele próprio provocou com a bancarrota para que atirou Portugal. É muito o tempo que temos perdido com o PS a governar”, acusa.

No gráfico publicado pelo primeiro-ministro sobre o peso das remunerações no Produto Interno Bruto (PIB), é destacado que entre 2016 e 2021, anos em que António Costa liderou o Governo do país, houve um crescimento em Portugal de 17,5% desse indicador e uma aproximação em relação à média da zona euro. No entanto, é possível ver no gráfico que foi a partir de 2011 – ano em que Portugal pediu ajuda externa à ‘troika’ – que o peso das remunerações no PIB em Portugal se afastou ainda mais da média europeia e que em 2021 ainda não voltou ao ponto em que se estava naquele ano.

O candidato ao lugar de Rui Rio também já se manifestou nas redes sociais ao saudar as comemorações do 1.º de Maio, embora alertando para o próximo ano que será de “grandes dificuldades”. Luís Montenegro acusou mesmo o Governo de estar de “braços caídos”.

“Este é um ano de grandes dificuldades e grandes desafios também. Dificuldades, porque estamos com uma taxa de inflação muito grande, galopante mesmo, e os salários estão muito longe de acompanhar essa subida”, apontou.

O antigo líder parlamentar afirmou que “os portugueses estão a perder poder de compra e vão sofrer muito nas sua vidas”, incluindo no acesso a bens essenciais, ao cabaz alimentar, à eletricidade e aos combustíveis. “E temos um Governo que não encontra resposta para isto, que está de braços caídos. Temos um governo que nem sequer faz repercutir nos trabalhadores o efeito do aumento da carga fiscal por via precisamente da inflação”, critica.

Ainda assim, Montenegro, — que se candidata às eleições diretas no PSD marcadas para 28 de maio, —termina a mensagem dizendo querer transmitir “esperança, ao contrário daquilo que o Governo tem para oferecer”.

Ministra do Trabalho almoça com 200 trabalhadores na Guarda

O Dia do Trabalhador comemora-se este domingo sem restrições por todo o país, com a CGTP a promover iniciativas em mais de 31 localidades do país e a UGT um debate sobre os desafios do mundo laboral, em Lisboa.

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, vai assinalar o dia 1.º de Maio, participando num almoço comemorativo do Dia do Trabalhador, com cerca de 200 trabalhadores da empresa João Tomé Saraiva, na Pedreira da Devesa, Guarda.

1.º Maio. Dia do Trabalhador comemora-se este domingo sem restrições por todo o país

O 1.º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, teve origem nos acontecimentos de Chicago de há 136 anos, quando se realizou uma jornada de luta pela redução do horário de trabalho para as oito horas, que foi reprimida com violência pelas autoridades dos Estados Unidos da América, que mataram dezenas de trabalhadores e condenaram à forca quatro dirigentes sindicais.

Presidente da Assembleia da República lembra que direitos económicos e sociais são direitos humanos

Também via rede social na Twitter, na conta que presidente da Assembleia da República criou, para estar mais próximo dos cidadãos, Augusto Santos Silva saudou este domingo as comemorações do 1.º de Maio e destacou o contributo dos trabalhadores e das suas organizações para “a formação da democracia”.

“Celebramos, hoje, 1 de maio, o contributo dos trabalhadores e das suas organizações para a formação da democracia. Os direitos económicos e sociais são parte integrante dos direitos humanos; e a sua realização é um dos pilares do Estado democrático e social do 25 de abril”, refere Augusto Santos Silva, numa publicação na sua conta oficial da rede social Twitter.