O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, recebeu esta terça-feira uma ovação de pé dos deputados ucranianos após um discurso por videoconferência para o parlamento da Ucrânia no qual prometeu mais ajuda militar para combater a invasão russa.

Continuaremos a ajudar a Ucrânia (…) com armas, financiamento e ajuda humanitária, até atingirmos o nosso objetivo de longo prazo, que deve ser fortalecer a Ucrânia de tal forma que ninguém jamais se atreva a atacá-la”, prometeu Johnson, o primeiro líder ocidental a intervir no Verkhovna Rada.

Este novo pacote de 300 milhões de libras (cerca de 355 milhões de euros) inclui “radares para localizar artilharia que bombardeia as vossas cidades, ‘drones’ de transporte pesado para abastecer as forças e milhares de dispositivos de visão noturna”, especificou.

Londres já havia mobilizado 450 milhões de libras (535 milhões de euros) em ajuda militar a Kiev, incluindo o fornecimento de milhares de mísseis antitanque, veículos blindados, mísseis antinavio e sistemas de defesa antiaérea.

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No discurso, Boris Johnson reconheceu que o Ocidente foi “muito lento para perceber o que estava a acontecer” e sancionar Moscovo, acrescentando: “Não podemos repetir esse erro”.

O líder britânico elogiou a resistência dos ucranianos, que repeliram as forças russas “das portas de Kiev” e “não apenas realizaram a maior proeza armada do século XXI”, mas também “expôs a loucura histórica de [Vladimir] Putin”.

“Vocês destruíram o mito da invencibilidade de Putin e escreveram um dos capítulos mais gloriosos da história militar e da vida do vosso país”, salientou, invocando as palavras do antigo primeiro-ministro britânico Winston Churchill para declarar que “este é o melhor momento da Ucrânia, que será lembrado e contado durante gerações”.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que discursou a seguir, agradeceu ao “bom amigo” Reino Unido e ao respetivo líder, com o qual mantém contacto estreito e frequente.

“Quero agradecer ao Reino Unido (…), que está disposto a ser um dos protetores da nossa segurança”, salientou, enumerando e agradecendo o apoio de personalidades britânicas, incluindo a Rainha Isabel II, o príncipe William, os músicos Paul McCartney, Sting, Deep Purple e o futebolista David Beckham.

Em 9 de abril, Boris Johnson fez uma visita surpresa a Kiev, onde caminhou pelas ruas desertas da capital ucraniana ao lado do Presidente Zelensky.

O Reino Unido anunciou também no final de abril que reabriria “muito em breve” a sua embaixada em Kiev, que foi deslocada desde o início do conflito.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.