A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior admitiu, esta quarta-feira, imperfeições no modelo de financiamento das universidades e politécnicos, e disse estar a aguardar pelas conclusões de um grupo de trabalho para rever o modelo.

“A forma como o orçamento é distribuído talvez não seja o melhor”, reconheceu Elvira Fortunato, que está a ser ouvida pelo parlamento em audição de discussão e apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).

Em reposta ao deputado do PSD Hugo Carvalho, que desafiou a ministra a responder sobre problemas que, enquanto investigadora, reconhecia no setor, incluindo no que respeita ao financiamento das instituições, Elvira Fortunato confirmou que a desigualdade nesse financiamento existe, por vezes.

A proposta de OE2022 não prevê medidas concretas quanto ao modelo de financiamento, mas a ministra colocou em cima da mesa a sua revisão, afirmando que está a aguardar as conclusões do grupo de trabalho criado pelo anterior governo para analisar o financiamento das instituições.

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Independentemente dessas conclusões, Elvira Fortunato sublinhou a necessidade de “conseguir ter um orçamento maior e canalizar para a ciência, tecnologia e ensino superior mais financiamento e mais verbas”.

Em julho passado, o anterior ministro, Manuel Heitor, extinguiu um grupo de trabalho criado precisamente para esse efeito, depois de os representantes dos institutos politécnicos se terem demitido por divulgação de “dados manipulados”.

Na altura, o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos denunciou que “tinha havido uma manipulação abusiva da informação e que tinha sido apresentado um estudo interno pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas que não correspondia à verdade”.

A agência Lusa questionou o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior sobre a constituição de um novo grupo, mas até ao momento não obteve resposta.