No maior mercado automóvel europeu, a Alemanha, a capacidade de reboque de um veículo é bastante valorizada pelos consumidores locais. Daí que a Ford tenha optado por melhorar a experiência de utilização oferecida aos clientes do Mustang Mach-E incrementando, precisamente, essa capacidade nas versões de autonomia alargada, com tracção traseira (RWD) ou integral (AWD), que passam a poder puxar até 1000 kg em reboques com travão.

Nos modelos eléctricos a bateria (BEV), rebocar é um dos maiores “inimigos” da autonomia. Puxar um atrelado eleva sempre os consumos, mas nos modelos equipados com motor de combustão não há aquela ansiedade para encontrar uma estação de serviço onde reabastecer, como acontece com os utilizadores de veículos eléctricos em relação aos postos de carga, e nem os consumos disparam tanto como acontece nos BEV.

Ciente disso, a Volkswagen começou logo por publicitar que um dos pontos fortes do ID.4 seria a sua capacidade de reboque, de até 1000 kg com inclinações de 12% ou 1200 kg com 8%. A Tesla, que de início nem sequer referia essa característica, lançou depois o pacote de reboque para o Model Y que habilita o SUV eléctrico norte-americano a rebocar, em qualquer configuração, até 1600 kg.

A Ford fica aquém disso e limitada às versões de maior autonomia, com potências de 216 kW/294 cv na versão RWD (610 km entre recargas), e de 258 kW/351 cv ou 358 kW/487 cv nas versões AWD, respectivamente com 540 e 500 km de alcance, segundo a homologação em WLTP. Mas a marca da oval azul entende que a tonelada agora anunciada para a capacidade de reboque “é o suficiente para permitir aos clientes rebocar um típico barco de pesca em fibra de vidro de pequeno ou médio porte”, sanando assim eventuais críticas. “Na questão do reboque em particular, este foi um grande exemplo em como respondemos às solicitações dos clientes, tendo verificado a viabilidade de um aumento e sendo capazes de lhes dar o que pretendiam”, assume o director-geral para os Veículos de Importação na Ford Europa, This Wölpern.

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“A actualização da capacidade de reboque do Mustang Mach-E é uma das várias actualizações gratuitas que continuamos a fazer, quer em termos de hardware, quer de software ou através de homologações para dar aos proprietários a melhor experiência possível”, destaca ainda o mesmo responsável, referindo-se aos outros upgrades oferecidos. Um deles diz respeito à rapidez na recarga entre os 80 e os 90% da capacidade da bateria, baixando dos anteriores 52 minutos para 15. Outro passa pela recalibração da resposta na condução com um só pedal, com a marca a prometer “um desempenho ainda mais suave a velocidades mais baixas e também melhorias ao nível do conforto do condutor”.

O Ford Mustang Mach-E tem atraído muitos clientes novos para a marca e a realidade portuguesa não é excepção. Por cá, ao que o Observador apurou junto da Ford Lusitana, quem decidir encomendar um (hoje) terá de estar preparado para esperar oito meses.