Trabalhadores do Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa (HCVP), em Lisboa, realizam esta quarta-feira um novo plenário em defesa do Acordo de Empresa (AE) e depois de uma audiência inconclusiva no Ministério do Trabalho, indicou fonte sindical.

Representantes dos sindicatos foram recebidos na sexta-feira pelo secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, mas “não tiveram respostas concretas”, disse à Lusa Rui Marroni, um dos dirigentes do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, acrescentando que o plenário de hoje, no interior do hospital, numa sala de formação, servirá para os trabalhadores avaliarem o resultado da audiência e traçarem um novo “plano de ação”.

Segundo os sindicatos, a administração do HCVP decidiu que deixava de aplicar o AE a partir de outubro de 2021 e ao “arrepio da lei” pretende “retirar direitos e reduzir remunerações aos trabalhadores”.

Uma lei de março de 2021 suspende por dois anos a caducidade das convenções coletivas, de acordo com os sindicatos, que promoveram um plenário em 5 de abril depois de os trabalhadores do HCVP terem feito greve em 14 de dezembro para contestar a decisão do conselho de administração, nomeado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que considerou que o AE estava caducado.

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Num comunicado divulgado durante a greve, o conselho de administração do HCVP invocou que se mantêm “os direitos mais impactantes para os trabalhadores, de natureza retributiva”.

À Lusa, durante o plenário de 5 de abril, o sindicalista Rui Marroni referiu que a administração do HCVP começou “a cortar” na retribuição do trabalho feito à noite e aos fins de semana, levando em média a uma redução de 20% a 30% nos salários auferidos pelos funcionários.

Os sindicatos querem que o Governo interceda e “faça cumprir a legislação laboral“.

A contestação dos trabalhadores do HCVP é apoiada pelos sindicatos da Hotelaria do Sul, dos Enfermeiros Portugueses e dos Profissionais de Farmácia e Paramédicos.