A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) esclareceu, esta sexta-feira, que está a acompanhar no terreno a morte de peixe na albufeira de Santa Águeda, em Castelo Branco, através de ações de fiscalização e do reforço da monitorização da qualidade da água.

Numa nota enviada sexta-feira à agência Lusa, a APA remete para um esclarecimento publicado na sua página de internet, onde esclarece que “a qualidade da água para abastecimento público […], tem sido sempre garantida pela AdVT [Águas do Vale do Tejo], tal como comprovam os resultados da monitorização realizada por esta entidade, de acordo com a legislação em vigor”.

O documento refere que as ações de fiscalização “têm sido realizadas em estreita articulação com o SEPNA [Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR] não tendo, até à data, sido detetada a ocorrência de descargas indevidas, quer na albufeira, quer a montante, nas linhas de água afluentes à albufeira”.

Adianta também que os exemplares de peixe morto são, maioritariamente, da mesma espécie, pimpão, adultos, tendo também sido encontradas algumas carpas, igualmente adultos.

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“A albufeira de Santa Águeda/Marateca é monitorizada mensalmente, quer pela APA, quer pela Águas de Vale do Tejo (AdVT), tendo o atual reforço da monitorização sido definido de forma conjunta pelas duas entidades”, lê-se na nota.

Milhares de peixes mortos têm estado a ser retirados da albufeira de Santa Águeda, em Castelo Branco, denunciou a Quercus, mas o município garantiu que todas as análises feitas à água garantem qualidade para consumo humano.

Milhares de peixes mortos têm sido retirados de albufeira que abastece Castelo Branco

A APA realça que fez colheitas de água na albufeira nos dias 16 e 27 de abril, e a AdVT nos dias 19 e 26 de abril e 2 de maio, procedendo-se à análise dos parâmetros físico-químico gerais, microbiologia, fitoplâncton, microcistinas, substâncias ativas de fitofármacos e metais.

“Presentemente apenas se dispõem dos resultados analíticos para as amostras recolhidas a 16, 19 e 27 de abril, aguardando-se os restantes resultados”, sublinham.

Segundo o documento, a generalidade dos parâmetros físico-químicos analisados nas amostras recolhidas a 16, 19 e 27 de abril, “cumprem os valores limite para o “bom estado” ou estão abaixo do limite de deteção, verificando-se apenas incumprimentos pontuais dos valores limite para o Fósforo Total, Azoto Total e Nitrato, sendo que, no caso do Fósforo Total, são da mesma ordem de grandeza dos valores que são normalmente obtidos nesta albufeira”.

Já em relação aos valores de oxigénio dissolvido registados em campo, “apresentaram valores ligeiramente inferiores aos valores limite para o “bom estado”. No entanto, de acordo com o especialista consultado pela APA, da Faculdade de Ciências de Lisboa, não terão provocado a morte do peixe”.

A APA refere ainda que “os metais apresentam concentrações abaixo do limite de quantificação ou abaixo da norma de qualidade para o “bom estado” e relativamente aos fitofármacos analisados, num total de 60, todos apresentaram concentrações abaixo do limite de quantificação”.

Quanto à análise dos peixes mortos, diz que foram recolhidos peixes mortos no dia 19 de abril e entregues no Instituto Português do Mar e da Atmosfera, para a realização de uma análise anátomo-patológica, e, no dia 27 de abril, entregues no Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária.

“Aguarda-se pelo envio dos resultados destas análises”, sabendo-se já que “o vírus herpes da carpa Koi (KHV) resultou negativo”, conclui.