A Catedral de São Paulo, em Londres, vai permitir, pela primeira vez em 900 anos, que raparigas se juntem ao seu coro.
Um dos mais conhecidos do Reino Unido, o coro desta catedral atua tanto em eventos de importância nacional, como durante as missas dadas em Londres. No próximo mês, de acordo com o The Guardian, o coro vai atuar em honra do Jubileu de Platina da Rainha Isabel II. Atualmente, o grupo de musica erudita é composto por 22 rapazes, acompanhados de outras vozes masculinas adultas, e prevê-se que as primeiras raparigas sejam integradas no coro em 2025.
Estou encantada com a decisão da direção em receber raparigas no coro da catedral”, afirmou a bispa de Londres, Sarah Mullally, citada pelo jornal britânico. “O coro desempenha um papel fundamental na devoção, não apenas da catedral, mas de toda a diocese. Vai ser fantástico ouvir as vozes das raparigas a contribuir para isso.”
O anúncio foi feito esta quinta-feira na conta oficial do Twitter da Catedral de São Paulo. “[A receção de raparigas no coro] vai criar uma oportunidade musical excecional para os mais jovens e aumentar ainda mais a contribuição de nosso altamente valorizado e muito amado coro”.
This will create an exceptional new music opportunity for young people, and further enhance the contribution of our highly valued and much-loved @StPaulsChoir. 2/2https://t.co/egQMe0emOw pic.twitter.com/XSmoV1c3q1
— St Paul's Cathedral (@StPaulsLondon) May 5, 2022
O diretor de música da catedral, Andrew Carwood, explicou que as raparigas e os rapazes estarão separados, mas atuarão em conjunto nas cerimónias de maior importância. “Eu aceito a ideia de um coro de rapazes enquanto um símbolo cultural e gostaria de o manter”, explicou. “E gostaria que as raparigas pudessem experienciar o mesmo.”
A tradição não está a ser quebrada, está a ser desenvolvida. (…) Os rapazes e as raparigas vão ter a sua própria identidade, as suas próprias tradições, os seu próprio estilo dentro do que fazemos”, disse o diretor de música.
A Associação de Coros de Catedral Tradicionais do Reino Unido, contudo, considera que “a forma de arte única que é o coro eclesiástico apenas de vozes masculinas é uma parte importante da herança cultural”. Para a associação, “nos tempos mais recentes, várias pressões fizeram com que muitos dos coros tradicionais históricos se perdessem.”