O chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), almirante Silva Ribeiro, assegurou, esta sexta-feira, que os militares vão continuar a servir o país “com abnegação” com as condições “colocadas à disposição”, rejeitando comentar o investimento na Defesa.

As Forças Armadas não podem estar desinseridas do país em que nós estamos. Cabe ao governo e ao senhor Presidente da República fazer esse tipo de avaliações”, afirmou o CEMGFA à agência Lusa, quando questionado sobre a necessidade de um reforço do investimento na Defesa face ao contexto internacional.

Falando no final de uma visita a uma escola da Ribeira Grande, nos Açores, Silva Ribeiro assegurou que as Forças Armadas vão continuar a “servir os portugueses com abnegação”, “brio” e “grande esforço”.

“É para isso que nós existimos: é para, com as condições que nos são colocadas à disposição, em termos de homens e mulheres que servem Portugal nas Forças Armadas e dos meios que temos à disposição, tirarmos partido deles para serem usados em benefício de Portugal”, reforçou.

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Quando sobre a necessidade de um reforço da aposta na Defesa, como defendeu o Presidente da República no seu discurso no parlamento por ocasião do 25 de Abril, o CEMGFA disse não querer comentar se o nível de investimento na Defesa devia atingir os 2% do Produto Interno Bruto (PIB).

A 28 de abril, o primeiro-ministro antecipou que o investimento na área da Defesa pode ultrapassar o compromisso assumido com a NATO e chegar a 1,89% do PIB em 2024, se Portugal conseguir mobilizar os necessários fundos europeus.

Antes, a 25 de abril, António Costa afirmou-se em sintonia com a intervenção que o Presidente da República fez no parlamento nas cerimónias da Revolução dos Cravos sobre as Forças Armadas e considerou que os investimentos pedidos para a Defesa estão já programados e contratualizados.

Silva Ribeiro, que se encontra de visita aos Açores, esteve na escola básica e integrada da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, esta sexta-feira, para agradecer aos alunos a disponibilização de livros para a Campanha Militar Solidária com a Guiné-Bissau.

“Um dos objetivos do meu mandato e da diretiva estratégica que eu estabeleci em 2018 foi abrir as Forças Armadas à sociedade para que os portugueses, de qualquer idade, conheçam os militares que os servem”, assinalou o almirante.

As Forças Armadas portuguesas recolheram 20 toneladas de manuais escolares, que serão enviados para a Guiné-Bissau ao abrigo de uma parceria com as Forças Armadas guineenses, segundo disse à Lusa o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas.