O município de Coimbra pondera instalar o Polo Europeu do Museu da Língua Portuguesa, sediado em São Paulo (Brasil), na Estação Nova, mesmo no centro da cidade, disse este sábado o presidente da Câmara, José Manuel Silva.

O protocolo de colaboração para a instalação daquele polo foi assinado entre a Câmara de Coimbra, a Fundação Roberto Marinho e a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, numa sessão virtual. “É com satisfação e orgulho que agora somos colonizados na língua portuguesa pelo Museu da Língua Portuguesa de São Paulo”, disse o presidente da autarquia de Coimbra, frisando que a cidade pretende aprofundar “a ligação sem quaisquer complexos”.

Salientando que Coimbra pretende estar “umbilicalmente ligado ao primeiro museu da Língua Portuguesa”, José Manuel Silva (Coligação Juntos Somos Coimbra — PSD/CDS/NC/PPM/ALIANÇA/RIR/VOLT) admitiu colocar o Polo Europeu numa estação ferroviária (Estação Nova), à semelhança do Museu da Língua Portuguesa que está instalado numa antiga estação de comboios.

“Esperemos que seja possível porque a similitude e o espírito de comunhão seria ainda maior”, sustentou o autarca, realçando que assim seria possível “reproduzir o original que está na Estação da Luz em São Paulo, já que a Estação Nova vai ser cedida à cidade pela Infraestruturas de Portugal”.

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Em declarações aos jornalistas, o presidente do município de Coimbra disse que, durante este ano, será decidida a localização do Polo Europeu do Museu da Língua Portuguesa, no âmbito da definição dos projetos municipais para o programa Portugal 2030.

“Este vai ser certamente um dos projetos da nossa cidade e não temos dúvidas que será um fantástico polo de atração de visitantes e de ensino e da riqueza linguística e geográfica da língua portuguesa”, sublinhou.

Apesar de não existir prazos definidos no protocolo assinado este sábado, José Manuel Silva disse que espera executá-lo “o mais rapidamente possível”.

O autarca destacou ainda a vontade da Fundação Roberto Marinho e do Estado de São Paulo em “internacionalizar o Museu, numa relação sinérgica que será muito importante para o nosso desenvolvimento cultural”. A assinatura do protocolo “é o segundo passo de toda esta relação e também a afirmação de que nós, em Coimbra, primeira capital de Portugal, com uma das universidades mais antigas da Europa, queremos aprofundar a ligação ao Brasil, e que a melhor forma de o fazer é, sem dúvida, através do nosso património comum que à linga portuguesa”, acrescentou.

A instalação do Polo Europeu da Língua Portuguesa era uma das medidas da candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura 2027, que não foi selecionada para o restrito grupo de quatro cidades que vão disputar a sua realização.

Depois do incêndio de 2015, que destruiu o Museu da Língua Portuguesa, o espaço foi reaberto em 2021, após cinco anos de reconstrução, numa parceria entre o Estado de São Paulo e a Fundação Roberto Marinho, tendo até ao momento já registado 175 mil visitantes.