Vários reitores e presidentes de politécnicos falam em risco de “litoralização” do ensino superior, numa referência direta aos fundos da “bazuca” europeia que vão financiar a formação de 18 mil jovens em várias áreas: Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática. Este programa, conhecido por Impulso Jovens STEAM, aprovou dezenas de formações curtas e quase 50 novas licenciaturas, a maioria no Porto e em Lisboa.

De acordo com o Jornal de Notícias, que neste sábado escreve sobre este tema, o problema está no facto de, até ao momento, a política de vagas adotada limitava o aumento de vagas nas instituições do Porto e Lisboa – obrigando sempre a fechar um curso sempre que se queria abrir outro. Ora, tendo em conta que o objetivo do programa é aumentar o número de diplomados, pode existir aqui um “contrassenso”.

Esta é a expressão utilizada pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, cuja responsável Maria José Fernandes, já transmitiu à ministra Elvira Fortunato esta preocupação. “Parece um contrassenso. Têm que ser observados princípios de racionalização da oferta formativa numa lógica de distribuição territorial”, pede a responsável, citada pelo JN.

Já Emídio Gomes, reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, avisa que pode existir o risco de “desregular o sistema”. E porquê? Porque, na opinião do responsável, “o que se espera do programa é que seja uma forma de trazer novos públicos para o Superior e não uma forma habilidosa de algumas instituições tentarem contornar uma regulação que o Governo, e bem, tinha até agora fomentado em nome de uma política global para o país”.

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