O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, terminou este sábado uma visita ao Brasil num evento que homenageou José Saramago, no Museu de Língua Portuguesa, em São Paulo, local que classificou com um “santuário” da língua.

“A minha missão principal nesta viagem ao Brasil foi representar o nosso país no Dia da Língua Portuguesa, que neste ano tem um realce muito particular no Brasil em virtude da articulação com o bicentenário da Independência do Brasil, o centenário da primeira travessia aérea do atlântico sul e também o centenário de nascimento de José Saramago”, disse Santos Silva.

Fazendo um balanço da visita ao país sul-americano, onde esteve quatro dias, o presidente da Assembleia da República destacou a abertura da exposição ‘A bagagem do viajante’ idealizada para marcar o centenário de nascimento de Saramago, em Brasília, da qual participou na última na quinta-feira.

Santos Silva também mencionou uma visita que fez a cidade de Curitiba, no sul do país, na sexta-feira, onde conheceu um Museu do Holocausto e também esteve presente à inauguração da cátedra José Saramago, na Universidade Federal do Paraná. “Hoje evidentemente temos este momento único que é [estar] aqui e celebrar o Dia da Língua Portuguesa num dos seus santuários principais que é o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo”, salientou.

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Falando sobre compromissos que manteve em Brasília, Santos Silva destacou encontros com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que comandam as duas casas legislativas que compõem o Congresso brasileiro.

“Além, naturalmente, da troca de opiniões e informações que sempre é muito útil neste contactos, pude estabelecer a condições para o incremento da cooperação entre o Parlamento português e o Congresso brasileiro”, referindo-se a um acordo de cooperação entre parlamentares dos dois países cujas conversações foram iniciadas nesta viagem.

Num breve discurso antes da inauguração da instalação ‘O Conto da Ilha Desconhecida’ no Museu da Língua Portuguesa, que consiste em uma barca inflável, livremente inspirada na história de um livro escrito por Saramago, Santos Silva citou o poema da escritora brasileira Cecília Meireles As Palavras Voam para sublimar a importância da língua portuguesa para seus falantes, que somam mais de 260 milhões de pessoas em todos os continentes do mundo.

“Se as palavras voam, se as palavras voarem em conjunto, este conjunto que formamos nós, os países de língua portuguesa, os seus escritores, as suas populações, as suas pessoas, se as palavras voarem junto elas voam mais longe, concluiu.

Depois do incêndio de 2015, que destruiu o Museu da Língua Portuguesa, o espaço foi reaberto em 2021, depois de cinco anos de reconstrução, numa cerimónia em que esteve presente o Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa.