“A seguir a ganhar um título, o foco passa para o próximo título que se possa ganhar”. A ideia foi partilhada por vários jogadores do FC Porto após a conquista do 30.º Campeonato na Luz frente ao Benfica e radica de uma forma de pensar enraizada há muito por Sérgio Conceição no Dragão. Aliás, o treinador dos azuis e brancos foi a melhor expressão disso mesmo no sábado. “Futuro? O meu futuro passa por ganhar a Taça de Portugal no dia 22”, disse na conferência após o jogo. “Atenção: temos uma Taça de Portugal ainda para conquistar”, sublinhou na festa do título feita em plena Alameda do Dragão de madrugada.

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Ao longo de cinco temporadas, cada uma com condicionantes próprias da falta de dinheiro para reforços (2017/18) a questões descritas como “externas” ao clube (2018/19), passando pelas críticas internas de falta de união no clube (2019/20) à venda inesperada de jogadores chave a meio da época (2021/22), Sérgio Conceição conseguiu ir fazendo uma adaptação ao contexto em que estava inserido ganhando um total de três Campeonatos, uma Taça de Portugal (tendo ainda a deste ano por jogar frente ao Tondela) e duas Supertaças além de quatro presenças na fase de grupos da Liga dos Campeões, três passagens à fase a eliminar e duas presenças nos quartos. E, em conversa com Paulo Baldaia para o podcast Expresso da Manhã, foi para uma perspetiva mais internacional que olhou. Do clube e do próprio.

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“Gosto particularmente do Porto, porque vim para aqui com 15 anos. Sendo um homem do Centro, de Coimbra, fiz-me homem aqui. Tenho uma paixão, um amor muito grande à cidade, à região, ao clube, a tudo o que são as características muito próprias de um povo que vive com muita paixão o clube e as suas vitórias. Naquilo que faço, acho que faz parte associar essa forma de estar das gentes do Norte, conquistar amanhã o que é importante, deixando para o museu aquilo que já passou”, começou por destacar.

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“Ambiciono ser melhor amanhã do que sou hoje. Isso é a minha forma de estar e aquilo que haverá de surgir surgirá com naturalidade. Não quero dar passos muito grandes mas não posso ser incoerente com o que digo, até porque estou num clube que já ganhou a Champions, ganhou títulos a nível internacional. Não posso dizer que ambiciono um clube maior para conquistar esses títulos, ambiciono sim treinar bem, de uma forma determinada e com muita paixão para desenvolver o meu trabalho e atingir os objetivos propostos, num clube como o FC Porto, neste momento. É nisso que estou focado, para conquistar o máximo possível. Sendo um clube sem a capacidade financeira de outros clubes na Europa, lutamos sempre com grande qualidade e com uma vontade enorme. Está sempre entre os melhores e, não sendo favorito a ganhar a Liga dos Campeões, é sempre candidato”, salientou, antes de assumir um objetivo de carreira.

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Se um dia gostava de ganhar a Champions? Claramente que sim. Se pelo FC Porto ou por outro clube, o futuro dirá. Sou treinador do FC Porto, farei tudo para conseguir o máximo enquanto aqui estiver para sermos competitivos em todas as competições”, destacou.

“Tenho mais dois anos de contrato. Obviamente que nós os treinadores, no futebol, nunca sabemos o dia de amanhã, mas isso para mim conta pouco. A vontade das pessoas é que conta mas nem penso nisso, acho que isso não é o importante. O importante neste momento é focar, é trabalhar a equipa. Se tiver um discurso diferente não sou coerente com o digo ao meu grupo de trabalho e aquilo que eu passo diariamente é essa forma de estar, o próximo título e o próximo objetivo são aquilo que mais importa. O resto ficará para depois da Taça de Portugal [dia 22 de maio]”, concluiu Sérgio Conceição.

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