A presidente da Câmara de Anadia, Teresa Cardoso, está apreensiva com o traçado da linha de alta velocidade no concelho, que “irá sobrepor-se a uma das maiores manchas vitivinícolas da região”, divulgou nesta terça-feira a autarquia.

“Este corredor ferroviário terá um impacto muito negativo, num dos setores mais importantes da economia local”, sustentou.

Numa nota enviada aos jornalistas, esta autarquia do distrito de Aveiro informou que as preocupações da presidente da Câmara Municipal de Anadia foram manifestadas na sessão de abertura do certame “Aqui na Bairrada”, que decorreu no fim de semana, no Pavilhão de Desportos de Anadia.

Teresa Cardoso considerou que “este gigantesco investimento” que vai permitir “reduzir levemente”, o tempo de viagem entre Lisboa e o Porto, “é deveras prejudicial” para o concelho.

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“A linha irá sobrepor-se a uma das maiores manchas vitivinícolas da região, rasando mesmo projetos enoturísticos de excelência já existentes“, afirmou.

A autarca salientou ainda que “a nova linha não acrescentará mesmo nada ao desenvolvimento económico do concelho”, daí que, em seu entender, “o novo troço não se justifique”.

“O Município de Anadia e os seus órgãos irão de viva voz manifestar-se contra este projeto, protestando contra o mesmo e exigindo soluções alternativas menos prejudiciais”, avançou.

A nota enviada aos jornalistas destacou ainda que, naquela ocasião, o presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB), José Pedro Soares, também se mostrou preocupado com a possibilidade do traçado da linha do comboio de alta velocidade atravessar os vinhedos da Bairrada.

“Faz sentido rasgarmos, mais uma vez, a nossa região para que se poupem meia dúzia de minutos entre Lisboa e o Porto?”, questionou.