A BMW acredita que, dentro de três anos, ¼ dos seus veículos novos vai ser vendido online, um pouco à semelhança do que já acontece hoje com os automóveis usados. E este até pode não ser um objectivo optimista, uma vez que o vice-presidente da marca, Jens Thiemer, afirmou no podcast TechFirst que “um terço dos clientes está convencido que vai comprar o seu próximo carro online”, segundo reporta a Forbes.

Isto requer a adaptação dos concessionários, que vão ter de passar a trabalhar com margens mais baixas. Mas vai obrigar também a uma considerável adaptação por parte do construtor, pois as vendas online implicam oferecer ao potencial comprador a possibilidade de configurar o veículo dos seus sonhos, bem como a realização de testes virtuais. É justamente para isso que a BMW estabeleceu um acordo com a Adobe, especializada em tornar mais realista este tipo de solicitações.

Jens Thiemer não acredita que se possa vender toda a gama exclusivamente online nos tempos mais próximos. Tanto mais que, segundo ele, “mesmo as marcas que se apoiam totalmente nas vendas online, estão a expandir o seu negócio com a criação de lojas físicas, porque necessitam desses pontos de venda”. Uma afirmação que contém uma referência óbvia à Tesla, com a diferença que, na marca norte-americana, a rede de lojas é propriedade do próprio construtor e não de concessionários.

Às vendas online estão associadas outras novidades face ao negócio automóvel tradicional. A começar pela definição de preços fixos, o que significa que desaparecem os descontos tradicionais para bons clientes, frotistas ou quem compra nos últimos dias do mês, altura em que os descontos chegam a superar 20% ou 30%, para que os concessionários ultrapassem os objectivos e recebam o prémio inerente e pré-determinado.

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